Em 2022, o Palácio da Liberdade foi anunciado como espaço da cena cultural de Belo Horizonte. Nesta terça (19/9) e quarta-feira (20/9), o projeto “Noites líricas” estreia neste novo palco, com trechos de óperas interpretados pelo Coral Lírico de Minas Gerais.





O maestro Hernán Sánchez conta que depois de receber a proposta para o concerto, teve de pensar nas “possibilidades e impossibilidades” do local para montar a apresentação. “É muito interessante, porque no Palácio não vamos ter um palco comum. Tudo o que está nas paredes faz parte da cenografia, inclusive o próprio público” explica.


Explorando a arquitetura do Palácio da Liberdade, o coral vai convidar o público para um passeio musical pelo prédio histórico, inaugurado em 1898. O concerto começa com um trecho de “Norma”, de Vicenzo Bellini (1801-1835), apresentado ao lado da escada principal. Depois, segue até o salão do primeiro andar, onde o grupo interpretará momentos de “La traviata”, de Giuseppe Verdi (1813-1901).


“O público não fica sentado. Vai percorrer o palácio enquanto escuta a música. Além disso, todos vão ficar muito perto dos artistas”, observa o regente.


A cantora convidada Eliseth Gomes vai interpretar o trecho introdutório de “Norma”. Escrita em 1831, a ópera de Bellini é considerada marco do repertório lírico. O papel da protagonista é considerado um dos mais complexos para sopranos.





 

Escadarias do Palácio da Liberdade farão parte do cenário de óperas interpretadas pelo Coral Lírico de Minas Gerais

(foto: Edesio Ferreira/EM/D.A Press)
 

Sob as botas de Roma

“Norma” relata o drama da população da antiga região da Gália, durante ocupação romana ocorrida por volta de 50 a.C. A protagonista Norma luta por seu povo, enquanto pede a libertação aos deuses. A personagem é uma das mulheres mais célebres da história da ópera.


Na segunda parte, o público acompanhará o Coral Lírico em dois trechos de “La traviata”. O primeiro deles é a festa em que a cortesã Violetta Valéry se apaixona pelo jovem Alfredo Germont, seu primeiro amor. No outro trecho, Violetta tem de deixar Alfredo devido aos obstáculos impostos ao casal pela sociedade moralista.


Sánchez explica que escolheu a história de Violetta, ambientada na Paris do século 19, devido à arquitetura e a estética do Palácio da Liberdade. “O local combina muito com 'La traviata' e com as vestimentas que vamos usar. Tudo se encaixa no contexto do romantismo em que a obra foi escrita”.





O Coral Lírico de Minas Gerais tem 60 integrantes. A série “Noites líricas” vai receber, além de Eliseth Gomes, Lilian Assumpção (soprano), Bárbara Brasil (mezzo-soprano), Marcelo Salomão e Wagner Soares de Oliveira (tenores), Pedro Vianna e Filipe Santos (barítonos) e Cristiano Rocha e André Fernando (baixo-barítonos). O grupo será acompanhado pelo pianista Fred Natalino.

 

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Apenas 50 pessoas

A última edição da série “Noites líricas”, no Teatro João Ceschiatti, teve ingressos esgotados em 48 horas. Desta vez, devido a restrições de espaço no Palácio da Liberdade, a apresentação, com entrada franca, será restrita a 50 espectadores por noite.


Os bilhetes serão disponibilizados nos dias do evento, a partir do meio-dia, na bilheteria do Palácio das Artes e no site Eventim. Cada CPF dá direito a um par.

 

* Estagiária sob supervisão da editora-assistente Ângela Faria

“NOITES LÍRICAS”

Com Coral Lírico de Minas Gerais e convidados. Trechos de “Norma”, de Vicenzo Bellini, e de “La traviata”, de Giuseppe Verdi. Piano: Fred Natalino. Nesta terça (19/9) e quarta-feira (20/9), no Palácio da Liberdade (Praça da Liberdade, s/nº, Funcionários). Entrada franca. Bilhetes disponibilizados no dia do evento, a partir do meio-dia, no site Eventim e na bilheteria do Palácio das Artes (Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro). Limite de um par por CPF.





 

'Arraiá da Liberdade' levou o são-joão para cartão-postal histórico de BH

(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press/23/6/23)
 

PORTÕES ABERTOS PARA A CULTURA

Sede oficial do governo de Minas até 2010, a partir do ano passado o Palácio da Liberdade, em sua nova missão, vem recebendo vários eventos culturais.

 

Até novembro, ficou em cartaz em suas salas a exposição “Libertas quae sera tamen: Percursos históricos & Imaginários”, com obras de artistas plásticos, moedas e fardas, como a usada pelo alferes Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792), o Tiradentes.


Na Semana do Meio Ambiente, a Cia. Candongas apresentou nos jardins a peça “O monstro do lixo”. Em junho deste ano, para comemorar o são-joão, o “Arraiá da Liberdade” reuniu grupos de quadrilhas e as bandas Xote das Meninas, Manacá da Serra e Forró Du Katito, além das DJs Isabella Figueira e Fernanda Polse.
 

 

 

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