Uma centena de pessoas se despediram ontem (26/9) de Fernando Botero, em Medellín, a cidade natal do artista, morto no último dia 15, aos 91 anos, em Mônaco, em consequência de uma pneumonia. Foi a última procissão em sua homenagem, antes do sepultamento, que será feito na Itália.




 
O caixão com o corpo de Botero chegou à cidade localizada no Noroeste da Colômbia em um carro preto. Foi recebido por soldados das Forças Militares na Plaza Botero, ao lado do Museu de Antioquia - complexo que abriga centenas de pinturas e esculturas que o artista doou para Medellín.

Medellín começou os três dias de homenagens em memória do artista antes do sepultamento de seus restos mortais em Pietrasanta, no Norte da Itália, ao lado de sua esposa, a artista grega Sophia Vari, que faleceu em maio.

Autoridades locais, como o prefeito Daniel Quintero e o governador de Antioquia, Aníbal Gaviria, participaram do primeiro dia de vigília.

Centenas de admiradores saudaram com uma longa salva de palmas, enquanto o cortejo fúnebre se dirigia ao museu.




 

O corpo do artista, cujo estilo ficou conhecido como boterismo, foi transportado até a Catedral de Bogotá para velório aberto ao público

(foto: Daniel Munoz / AFP)
 

A semana de homenagens da Colômbia a Botero teve início na sexta-feira passada (22/9), em Bogotá, a capital do país.
 
O caixão com o corpo de Botero chegou envolto na bandeira da Colômbia à sede do Congresso, em Bogotá, onde foi recepcionado por uma orquestra de sopros, um coral, pela guarda presidencial e por congressistas e familiares.

"Estamos consternados, emocionados e profundamente gratos pelas manifestações de afeto, reconhecimento e gratidão ao meu pai. Trazer meu pai uma última vez à sua terra natal, para que os colombianos possam se despedir dele, era um dos nossos maiores desejos", disse sua filha, Lina Botero. 





Durante a cerimônia, o presidente do Congresso, Iván Name, disse que a Colômbia se despede de "um colombiano universal". "Botero parou o mundo por um instante. Ele o fez com um pincel e suas mãos, quando conseguiu pintar um mundo diferente. Um mundo que refletia a realidade do seu país, mas que também tinha as chaves secretas do espírito humano", acrescentou o congressista.
 

Vendedor oferece reproduções de obras de Botero em frente à estátua 'Soldado romano', criada por ele, instalada em frente ao Museu Antioquia, em Medellín

(foto: Fred Builes/AFP)
 

Sepultamento na Itália

Em Medellín, o corpo permanecerá no Museu de Antioquia até esta quarta-feira (27/9). Na quinta, após cerimônia na Catedral Metropolitana da cidade, os restos mortais do artista serão cremados e depois levados para a Itália.

As criações de Botero, em sua maioria com formas voluptuosas e levemente surreais, foram leiloadas por até US$ 4,3 milhões (R$ 21,3 milhões), nas galerias mais prestigiadas do mundo.

O pintor doou dezenas de obras a museus e parques públicos colombianos, na tentativa de levar a arte às classes populares. Ele expôs sua arte em cidades como Madri, Paris, Barcelona, Singapura e Veneza, entre outras. 

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