Em 1984, Lô Borges sonhava em ser conhecido apenas em Minas Gerais. “Gostaria de fazer um ou outro show no Rio, em São Paulo e fora do Brasil. Mas queria mesmo é ser conhecido em Minas”, diz ele no documentário “Toda essa água”, de Rodrigo de Oliveira.
O filme estreou na edição deste ano do Festival de Cinema de Ouro Preto (CineOP) e será exibido gratuitamente no sábado (30/9), às 20h, na Praça da Liberdade, durante a 17ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte.
Para esta sexta (29/9), às 20h, a mostra programou “Andança – Os encontros e as memórias de Beth Carvalho”, filme de Pedro Bronz. Às 19h30 de domingo, estará em cartaz “Gerais da pedra”, documentário de Diego Zanotti, Gabriel Oliveira e Paulo Junior.
Experiência comunitária
“O documentário brasileiro tem muita dificuldade de se estabelecer no circuito comercial, seu modo de consumo mais regular é mesmo a televisão. Por isso, a experiência comunitária de (exibição de) um documentário é muito especial”, destaca Rodrigo de Oliveira, diretor de “Toda essa água”.
“Nosso filme tem cenas gravadas na Praça da Liberdade, e a primeira vez que ele será exibido em Belo Horizonte será na própria praça, o que é uma coincidência cósmica incrível”, comemora o diretor.
Embora a “Mostra Praça” conte apenas com documentários, há variedade na maneira como a personalidade ou o fato é abordado no filme.
Enquanto “Folia dos anjos” e “Senhores de Aruanda – Umbanda e resistência”, programados para a abertura, na quinta-feira, partem da perspectiva dos diretores Kdu dos Anjos e Caio Barroso, respectivamente, em relação ao tema com o intuito de apresentá-lo ao público, “Andança” é uma colcha de retalhos de momentos da vida de Beth Carvalho, trazendo imagens que ela mesma produziu.
Durante os 110 minutos do filme sobre a “Madrinha”, há registros inéditos da carreira dela garimpados por Pedro Bronz, depois de analisar duas mil horas de imagens de acervo.
Lô para os íntimos
“Toda essa água”, por sua vez, tenta reproduzir a relação que se tornou íntima entre Lô Borges e o cineasta Rodrigo de Oliveira. “Com suas canções, Lô parece saber exatamente o que seu público sente. Ele canta coisas muito profundas sobre as nossas vidas, mas a vida do próprio artista sempre foi meio misteriosa”, diz o diretor.
“Existem coisas incríveis sobre o Lô, especialmente seu humor e sua maneira descomplicada de encarar a vida. E ele gosta disso, é um homem que viveu vinte vidas em uma e tem uma opinião sobre cada uma delas”, acrescenta.
Diadorim, enigma mineiro
“Gerais da pedra” cruza histórias do “povo geraizeiro” com o rastro de Diadorim, personagem de Guimarães Rosa em “Grande sertão: Veredas”. São entrelaçados mitos e tradições que permearam o romance e até hoje se fazem presentes na Minas profunda.
A 17ª CineBH segue até domingo (1º/10), com as mostras “Continente”, “Território”, “Homenagem”, “Diálogos históricos”, “Curtas”, “A cidade em movimento”, “Mostrinha” e “Cine-escola” em vários espaços da capital. Confira a programação completa em https://cinebh.com.br/
CINE PRAÇA
Praça da Liberdade, Funcionários. Entrada franca
• “Andança – Os encontros e as memórias de Beth Carvalho”
(Brasil, 2023, 110min, de Pedro Bronz). Sessão comentada com o diretor nesta sexta (29/9), às 20h.
• “Toda essa água”
(Brasil, 2022, 88min, de Rodrigo de Oliveira). Sessão comentada com o diretor neste sábado (30/9), às 20h.
• “Gerais da pedra”
(Brasil, 2022, 90min, de Diego Zanotti, Gabriel Oliveira e Paulo Junior). Sessão comentada com os diretores no domingo (1/10), às 19h30.
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