O título da turnê com que a cantora Simone marca seus 50 anos de trajetória, “Tô voltando”, ganha maior concretude nesta sexta-feira (29/9), quando ela se apresenta no Grande Teatro do Palácio das Artes, às 21h. O show estreou em abril deste ano, em Juiz de Fora, passou por BH em maio e agora a baiana está de volta à capital mineira, para mostrar mais uma vez o repertório de sucessos que cobre toda a sua carreira, desde o álbum de estreia, de 1973, batizado apenas com seu nome.




 
A turnê comemorativa tem direção geral de Marcus Preto e direção musical de Pupillo, que arregimentou uma banda de jovens músicos para acompanhar Simone. O título “Tô voltando” – nome da canção de Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro que ela registrou no álbum “Pedaços” (1979) – alude a várias voltas, pessoais e coletivas, afirma a cantora.
 
“Na verdade, as esferas pessoal e coletiva se fundem. Passamos por uma pandemia que foi horrorosa para o mundo e, fora isso, no Brasil, perdeu-se nos últimos anos o olhar para o futuro. No meu caso, trata-se da volta ao palco, a volta para as pessoas, para o toque, para a vida. Também estou voltando para aquelas canções de 40 ou 50 anos atrás. Todo mundo está sempre voltando para algum lugar”, diz.
 
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A 'excluída' de Belchior

O roteiro do show inclui músicas como “O que será” (Chico Buarque), “Jura secreta” (Sueli Costa-Abel Silva), “Começar de novo” (Ivan Lins-Vitor Martins), “De frente pro crime” (João Bosco-Aldir Blanc) e, claro, “Tô voltando”, entre outras.




 
Um destaque é “Divina comédia humana”, que Belchior compôs para que Simone gravasse no álbum “Face a face”, de 1977, mas acabou ficando de fora – é a única música do repertório que não faz parte de sua vasta discografia.
 
A cantora diz que a canção entrou agora no roteiro do show por insistência de Marcus Preto. De resto, a seleção musical foi orientada pelo que se tornou conhecido em sua voz.
 
“São músicas que me chegaram nuas e cruas, e que foram chanceladas por mim. As exceções são 'Divina comédia humana' e 'Ex-amor', que fechava meu álbum 'Café com leite' (1996), só com músicas de Martinho da Vila, com ele cantando junto”, diz.

A relação com o diretor-geral do show, com quem ela nunca havia trabalhado, partiu desse lugar, de acordo com a cantora nascida em Salvador, em dezembro de 1949.
 
“Pretinho, como costumo chamá-lo, dizia que conheceu muitas músicas através de mim, por causa da mãe dele, então já existia um namoro velado.”




 
 

Jardim de infância

Simone chama os músicos de linha de frente de sua banda – Chico Lira (teclados), Filipe Coimbra (guitarra e violão), Ronaldo Silva (bateria), Vanderlei Silva (percussão) e Frederico Heliodoro (baixo), que, no decorrer da turnê, foi substituído por Fábio Sá – de “jardim de infância”.
 
Também usa a expressão “esse povo jovem” quando se refere a eles – com entusiasmo. “Chico tem 25 anos; Filipe, 28. Isso é de um frescor maravilhoso. São quatro ou cinco gerações de diferença, mas o que eles me trazem é muito bom, é só prazer.”
 
Ao fazer um balanço de seus 50 anos de carreira, Simone se considera uma pessoa vencedora, que manteve, durante esse tempo, a coerência na vida e no trabalho, pelo qual se diz obstinada.
 
“Tenho muito amor pelo que faço, tesão, determinação, disciplina... Me vejo como uma mulher, neste mundo e neste país, que galgou muitos degraus. Foram muitas lutas, então só tenho elogios para mim.” 

“TÔ VOLTANDO”

Show de Simone. Nesta sexta-feira (29/9), às 21h, no Grande Teatro Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537 – Centro). Ingressos para plateias 1 e 2 esgotados. Para a plateia superior, R$ 180 (inteira), restavam poucos ingressos no fechamento desta edição. À venda pela plataforma Eventim e na bilheteria do teatro. 

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