A poesia em diálogo com cinema, artes plásticas, música e dança. Essa é a proposta do 37º Festival de Arte Contemporânea Psiu Poético, aberto na quarta-feira (4/10), que será realizado até 12 de outubro em Montes Claros, no Norte de Minas.
“Somos multiartistas”, afirma Aroldo Pereira, organizador do festival. Esta edição reúne versos de 211 autores de diferentes estados. Exposição de poemas está em cartaz no Centro Cultural de Montes Claros, com entrada franca.
Com a obra “Instalação”, o artista plástico João Rodrigues se inspirou nos “Penetráveis”, de Hélio Oiticica (1937-1980), e homenageia este artista carioca, um dos destaques do movimento tropicalista.
Poemas estão expostos em plásticos transparentes no formato de um labirinto. “Seguindo a ideia do Hélio, a gente buscou construir um penetrável, ambiente líquido. Criamos casulos usando esteticamente os ventiladores. A ideia é que as pessoas percorram o ambiente e saiam transformadas, pois o casulo tem o sentido de transformação”, afirma Rodrigues.
Murilo e o Clube da Esquina
O movimento musical Clube da Esquina, surgido em BH nos anos 1960, ganhou espaço no Psiu Poético 2023. Durante a programação, será exibido o documentário “Como se a vida fosse música”, sobre a trajetória do poeta e compositor mineiro Murilo Antunes, um dos integrantes do Clube.
Murilo, que estará no Psiu Poético, diz que o filme é o resumo de sua vida. “O documentário faz um apanhado sobre o meu trabalho e a música do Clube da Esquina. Conta com a participação dos meus parceiros Beto Guedes, Milton Nascimento, João Bosco e Mônica Salmaso, entre outros. Meu filho João Antunes fez a direção musical com o Flávio Henrique. Será um privilégio levar o filme para Montes Claros”, afirma.