Priscila Freire, em frente ao Museu de Arte da Pampulha (MAP), em 1998

a curadora e colecionadora Priscila Freire em frente ao Museu de Arte da Pampulha, em 1998; ela dirigiu o map durante 15 anos e hoje propõe "lutar para reabrir" a instituição

Cecilia Pederzoli/Divulgação

 
No mês que vem, completam-se quatro anos desde que o MAP foi fechado para restauro. “É o único museu de arte de Belo Horizonte e está fechado.

É uma coisa que a gente precisa lutar para reabrir, pois seu acervo é de muita importância e as pessoas não estão tendo acesso”, afirma Priscila Freire, que dirigiu a instituição por 15 anos.
 
Diretora de Museus da Fundação Municipal de Cultura (FMC), Janaina Melo faz outra leitura: “Um museu tem várias funções: ele preserva, coleciona, pesquisa. O Museu do Ipiranga (em São Paulo) ficou fechado durante 10 anos para um processo de restauro estruturante e as pesquisas, a formação de acervo, todas as investigações se deram. A mesma coisa acontece com o museu (MAP).”
 
De acordo com ela, neste momento, o processo de restauro do edifício-sede assinado por Oscar Niemeyer (e inaugurado em 1943 como cassino), está na etapa de aprovação dos órgãos de patrimônio (nas instâncias municipal, estadual e federal, já que ele foi tombado nas três esferas).

“É um processo muito minucioso de avaliação, porque não é uma obra simples, estamos falando de um Patrimônio da Humanidade.” 

Etapa de aprovação 

Somente após esta aprovação é que será realizado o detalhamento da obra, com seu consequente orçamento. A partir daí é que ela terá realmente início. Diante disso, não se fala quando o MAP voltará a abrir as portas para o público.

Mas ele, de certa maneira, continua aberto a visitas ao cartão postal da Pampulha – ou, pelo menos, seu entorno. 

“Neste ano, nós recebemos mil pessoas no projeto educativo do MAP, que acontece no jardim e na fachada”, diz Janaina. Mesmo sem seu espaço expositivo, a instituição continua realizando seus programas. 
 
“Desde 2019, realizamos uma exposição do acervo no Museu Histórico Abílio Barreto e lançamos a oitava edição do Bolsa Pampulha, com 16 bolsistas e 21 artistas, que geraram duas grandes exposições, uma no Museu de Artes e Ofícios e outra no Viaduto das Artes.”

A nona edição do Bolsa Pampulha, tradicional programa de residência artística, válida para o ano de 2024, voltará a ser nacional. 

 
Reserva técnica 

 
Além disso, uma edificação da PBH, também na Pampulha (na região do Mineirão), está sendo preparada para se tornar a reserva técnica do MAP. Quando o restauro tiver início, tal espaço vai receber os programas educativos e o acervo do museu. “O projeto técnico (do novo espaço) está pronto. Ele será uma reserva técnica de excelência, a mais bem estruturada para abrir o acervo de todos os nossos museus”, afirma. 
 
Inaugurado em 1957, o MAP conta atualmente com 1,4 mil obras em seu acervo. No dia 29 deste mês, Janaina participa, às 11h, de um debate on-line, o chamado “Encontros com o patrimônio”, em que falará sobre a trajetória do museu. Já em 7 de novembro, às 19h30, os dois curadores da mostra, Marcelo Campos e Priscila Freire, participam de bate-papo com o público na Casa Fiat.

 
CASA FIAT VOLTA O OPERAR 100%

 
Com a abertura da mostra “Arte brasileira”, a Casa Fiat, finalmente, volta 
a ter todos os seus espaços expositivos ocupados, desde o início da pandemia.
 
No último sábado (7/10), foi aberta na Piccola Galleria (no andar térreo) a mostra “Como pisar suavemente na terra”, com fotografias da baiana Jessica Lemos.

Já no quarto andar, e recebendo uma média de mil pessoas por dia durante a semana e 4 mil no fim de semana, a exposição de arte digital “Oceanvs – Imersão em azul” segue até 19 de novembro.