"O elogio da Loucura" (escrito em 1509 e publicado dois anos mais tarde) é a obra mais conhecida do teólogo e filósofo holandês Erasmo de Rotterdam. A Loucura, no caso, tem que ser em maiúscula, já que ela é personificada neste ensaio satírico que defende a liberdade de pensamento e denuncia a intolerância do catolicismo e, em especial, os abusos do clero. 





Leona Cavalli é a Loucura no espetáculo que terá sessão única neste domingo (29/10), às 20h, no Cine-Theatro Brasil Vallourec. No monólogo, ela tem dois colegas de cena, os músicos Rafael Ducelli (violoncelo) e Cika (percussão). Em seu quarto espetáculo sob a direção de Eduardo Figueiredo, a atriz mostra como um texto renascentista pode ser atual nos dias de hoje.

Inédito nos palcos brasileiros, "O elogio da Loucura" foi adaptado para o teatro pela atriz e pelo diretor, que assinam a dramaturgia. "O mais interessante é a crítica contundente que o texto, do início do Renascimento, faz da sociedade como um todo. Erasmo não fala do louco, da patologia, mas sim da postura da sociedade, da hierarquia que ela própria estabelece", comenta Figueiredo.

Excêntricos


Na adaptação, a dupla atualizou a obra, mas manteve muitos trechos do texto original. Além da música, o espetáculo traz projeções. "Incluímos questões contemporâneas e também falamos de vários artistas e profissionais da cultura que foram considerados loucos, mas nunca o foram. Excêntricos seria a palavra adequada", aponta o diretor, citando grandes criadores, como Vincent Van Gogh e Antonin Artaud.





A interação com o público é grande, diz Figueiredo. "Há muita reflexão na obra de Erasmo. Diante de tantas adversidades (no mundo atual) e sinais de retrocesso, ficamos questionando os valores éticos. A obra do Erasmo traz luz, reflexão e civilidade para os dias atuais." 

Antes deste espetáculo, Figueiredo dirigiu Leona nas montagens "Frida y Diego", de Maria Adelaide Amaral, "Gatão de meia idade", de Miguel Paiva, e "Procuro o homem da minha vida, marido já tive", adaptação do romance de Daniela Di Segni.

"O elogio da Loucura" estreou no final de 2022, no Sesc Belenzinho, em São Paulo. Depois de cumprir temporada de um mês e meio, o espetáculo só volta a ser encenado para a apresentação deste domingo. Depois, só deve sair em turnê em 2024, estima o diretor. 

Cria do teatro, com mais de 30 anos consagrados ao palco, Leona está dedicando este ano à televisão. Grava de segunda a sábado a trama global "Terra e paixão", em que interpreta a fogosa Gladys, dondoca agora empobrecida que integra o núcleo cômico da novela das 21h.  

“Elogio da loucura” 

• O espetáculo será apresentado neste domingo (29/10), às 20h 
• Cine-Theatro Brasil Vallourec, Avenida Amazonas, 315, Centro. 




• Ingressos: R$ 80 e R$ 40 (meia). 
• À venda na bilheteria e no site do Cine Theatro Brasil
 
 
Outras peças

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O grupo carioca Complexo Negra Palavra, formado por artistas negros, apresenta dois espetáculos no Sesc Palladium, Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro. "Pelada" será apresentado no sábado (28/10), às 21h, no Grande Teatro; "Negra Palavra" no domingo (29/10), às 18h e às 20h, no Teatro de Bolso. Ingressos: a partir de R$ 15 (à venda na bilheteria e no Sympla). Também no domingo, às 14h, haverá torneio de gaymada na Rua Genoveva de Souza, 1.958, Horto. Entrada franca.

>>> "FRANCISCO DE ASSIS - DO RIO AO RISO"

O ator Carlos Nunes interpreta o frade, trazendo fatos mais importantes da sua vida da infância até a morte. O texto de Márcio Ares, dirigido pelo próprio Nunes, mistura humor e poesia. Sexta (27/10) a domingo (29/10), às 20h, no Teatro da Cidade, Rua da Bahia, 1341, Centro. Ingressos: a partir de R$ 20 (à venda no Sympla)

>>> "NEURA!"

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