A Lemos de Sá Galeria de Arte abre neste sábado (28/10) a exposição “Enigma da fuga”, com desenhos em grafite, objetos em vidro e litografias de Thaïs Helt. A artista conta que o texto “Sobretudo, Thaïs”, de João Baptista Magro Filho, a inspirou a fazer a mostra.
Nele, o autor, que é médico, narra em detalhes a visita que fez ao ateliê da artista. “O impacto dos objetos de ouro e cinzas, a mistura do crayon sobre as cartas brancas, a intensidade daquelas obras, tudo aquilo estabelecia um profundo corte na atmosfera daquele lugar. Alguns instantes passados eis que uma palavra se pronuncia mais ao fundo por um Outro também ali presente. ‘O enigma da Fuga’, dizia ele… a repetição modificada do tema inicial”, escreve.
A fuga em questão da pandemia de COVID-19. “Certamente o medo, as dificuldades, as neblinas e a gratidão daqueles difíceis dias da pandemia ali quedavam impressas. Traziam recados contorcidos. Revelavam quão difícil é aos sonhos se revelarem pelo meio dos muros da consciência essa incômoda presença”, diz outro trecho de “Sobretudo, Thaïs”.
Pensamento
A artista, no entanto, começava a enxergar outro sentido para aquelas peças, que serviram de refúgio durante o período de isolamento social. "A ligação entre as obras estabelece a maneira que meu pensamento vai andando, do momento que comecei, na pandemia, até agora”, diz ela.
Entre elas, uma em especial chama a atenção: sete volumes de livros nomeados “Ouro negro”. Uma coleção de peças em ouro, litografia e hot stamping sobre papel kozo. A biblioteca da mente de Thaïs.
“Tudo começou com a biblioteca. Fiz os volumes de cacos de pedra, litográfica com carvão e revesti tudo em ouro. Foi um trabalho meticuloso. Depois, ao mesmo tempo, fui fazendo os desenhos de crayon”, conta.
“ENIGMA DA FUGA”
Exposição de Thaïs Helt. Abertura neste sábado (28/10), das 11h às 16h, na Lemos de Sá Galeria de Arte (Rua Germano Chatti, 255 - Mangabeiras). Visitação de segunda a sexta, das 10h às 17h, e sábado, das 10h às 13h. Até 30/11.