A mostra “Nossa modernidade”, que será aberta ao público nesta terça-feira (31/10), a partir das 10h, na Errol Flynn Galeria de Arte, reúne 135 obras de 59 artistas brasileiros, entre eles Di Cavalcanti, Cândido Portinari, Tarsila do Amaral e a homenageada, Yara Tupynambá.





Com pinturas, esculturas, guaches e desenhos, que podem ser vistos até 20 de novembro, o acervo foi condensado a partir da união do catálogo da galeria mineira e da TNT Galeria, do Rio de Janeiro. “Nunca nenhuma galeria de Belo Horizonte apresentou uma mostra tão forte e tão representativa da arte brasileira como essa”, destaca o colecionador Errol Flynn.

A exposição, segundo os organizadores, também conta com obras particulares de alguns colecionadores, sendo muitas inéditas em mostras abertas ao público. “Nossa ideia foi fazer um apanhado do pré e do pós-modernismo e do período em si. Obviamente não conseguimos reunir todos os artistas que nós queríamos. Mas, dentro da proposta que foi feita, atingimos mais de 80% do acervo que queríamos apresentar”, explica Errol.

Durante o percurso, o visitante poderá entrar em contato com trabalhos de artistas de diferentes períodos da expressão modernista. A visita, em forma de linha do tempo, parte do século 19, com o quadro “Alto da Tijuca”, produzido em 1879 por Nicolau Facchinetti, e vai até o ano de 2022, com obras do carioca Roberto Magalhães.





Destaques mineiros

“Nossa modernidade vai além do Modernismo, pegamos os desdobramentos do Modernismo, do que foi acontecendo posteriormente. Fizemos um recorte bem seleto de artistas importantes e representativos da arte brasileira com obras importantes”, afirma o curador. Obras de artistas mineiros, entre eles Amilcar de Castro, Inimá de Paula e Fernando Lucchesi, também marcam forte presença na exposição.

Homenageada da mostra, a pintora e muralista mineira Yara Tupynambá, de 91 anos, sofreu um AVC em abril deste ano. Com o lado esquerdo do corpo paralisado e sequelas na memória, ela parou de pintar e não deve comparecer à mostra, segundo informou Geraldo Porfírio, genro de Yara, e quem responde atualmente pela artista.

Errol Flynn Junior explica que homenageá-la é uma forma de mandar forças para a artista e mostrar que, mesmo durante este momento difícil, Yara não será esquecida. “Ela é uma artista importantíssima dentro do contexto de Minas Gerais, e também uma das maiores muralistas do Brasil”, afirma.





“Eu a tenho como se fosse minha avó, costumava visitá-la de duas a três vezes por semana. Nós tínhamos vários projetos em andamento que foram pausados diante desse ocorrido”, acrescenta o colecionador, que destaca sua relação de amizade com Yara.

Passado e presente juntos

Por sua vez, Geraldo Porfírio, que acompanha a artista mineira desde 1975, diz que Yara Tupynambá é sinônimo de modernidade. “Apesar da idade, ela se manteve sempre atualizada. O moderno é isso, ter o atual com uma mistura do passado. Ela é uma artista que corresponde bem a isso, de dialogar com o passado e com o presente.”

Com sete murais da pintora tombados pelo Patrimônio Artístico da Prefeitura de Belo Horizonte, Geraldo destaca a contribuição da muralista para a cultura mineira. “Tem contribuição maior do que essa? Se Minas Gerais tem uma história, Yara a contou.” 

“NOSSA MODERNIDADE”
Abertura para o público nesta terça-feira (31/10), a partir das 10h, na Errol Flynn Galeria de Arte (Rua Curitiba, 1.862, Lourdes). Exposição segue em cartaz até 20 de novembro. Visitação de segunda a sexta, das 10h às 18h. Aos sábados, das 10h às 13h. Entrada gratuita.

* Estagiária sob supervisão da subeditora Tetê Monteiro

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