Expressão artística dos corpos em movimento, a dança acessa os sentimentos do público através da visão. Mas seria esse o único sentido capaz de captá-la? A Cia Ananda prova que não. A partir desta semana, o grupo belo-horizontino levará aos centros culturais da capital os espetáculos gratuitos Olhos meus e Lágrimas de floresta, cuja proposta é vendar a plateia e proporcionar uma experiência sensitiva diferenciada de apreciação da dança contemporânea.
“Essa ideia veio há mais de 20 anos, surgiu dessa pergunta: o que seria uma dança sem a visão?. Ela é concebida para ser vista. A gente imagina, enquanto coreógrafa e diretora, algo para ser visto. Então, o que ficaria sem esse sentido?”, questiona Anamaria Fernandes, fundadora da companhia, diretora artística dos dois espetáculos e professora de dança na Universidade Federal de Minas Gerais.
Segundo ela, a ideia nesses espetáculos é “romper códigos normativos estabelecidos”. “A dança contemporânea tem esse poder de quebrar o que pode e o que não pode na dança, os códigos estabelecidos que sempre foram associados à visão. Com isso, abrimos um novo campo estético nessa arte, não como algo que nos separa, mas que nos enriquece”, argumenta a artista, que retomou a ideia de duas décadas atrás em uma pesquisa recente que deu origem aos espetáculos.
Em Olhos meus, lançado em 2017, cada dançarino acompanha um dos 18 espectadores, que participam da apresentação com uma venda nos olhos. O público percebe os movimentos dos artistas por meio do tato e do som. “Não partimos de um tema. É realmente uma investigação. Temos audiodescrição, o som da voz, o tato, a respiração, o barulho dos movimentos, tudo isso composto para fazer uma peça de dança concebida para outros sentidos”, explica Anamaria. A classificação indicativa é 16 anos.
INFANTIL Com uma proposta parecida, mas adaptada para o público infantil, o inédito Lágrimas da floresta também propõe a apreciação da dança sem a visão, mas sob um enredo linear. A história em questão é inspirada em contos indígenas e trata da importância da proteção à natureza, mas de maneira poética e sensível: com música, sons e coreografias. As crianças (a partir de 7 anos) e seus acompanhantes são guiados pelo elenco no palco.
Anamaria Fernandes faz questão de reforçar que os dois espetáculos “não foram criados com o objetivo de incluir deficientes, porque quando falamos ‘incluir’, estamos rotulando e colocando em condição de exclusão”. Para a artista e pesquisadora, o objetivo “é realmente criar estéticas que abarquem e abracem a diversidade humana”. A partir dessa quinta-feira, 25, Olhos meus e Lágrimas da floresta estarão no Centro Cultural Salgado Filho. Até o mês de setembro ainda passarão por Alto Vera Cruz (15 a 18/5), Usina de Cultura (14/6 e 17/8), Vila Marçola (21 a 23/8) e Bairro das Indústrias (20 e 21/9).
A programação apresenta também a oficina Olhando sem olhos, que compartilha o processo investigativo de criação dos espetáculos. Ela tem duração de três horas e é destinada ao público a partir de 18 anos. Os dois espetáculos são gratuitos e com capacidade sujeita à lotação (18 pessoas em Olhos meus e 40 em Lágrimas da floresta).
“Essa ideia veio há mais de 20 anos, surgiu dessa pergunta: o que seria uma dança sem a visão?. Ela é concebida para ser vista. A gente imagina, enquanto coreógrafa e diretora, algo para ser visto. Então, o que ficaria sem esse sentido?”, questiona Anamaria Fernandes, fundadora da companhia, diretora artística dos dois espetáculos e professora de dança na Universidade Federal de Minas Gerais.
Segundo ela, a ideia nesses espetáculos é “romper códigos normativos estabelecidos”. “A dança contemporânea tem esse poder de quebrar o que pode e o que não pode na dança, os códigos estabelecidos que sempre foram associados à visão. Com isso, abrimos um novo campo estético nessa arte, não como algo que nos separa, mas que nos enriquece”, argumenta a artista, que retomou a ideia de duas décadas atrás em uma pesquisa recente que deu origem aos espetáculos.
Em Olhos meus, lançado em 2017, cada dançarino acompanha um dos 18 espectadores, que participam da apresentação com uma venda nos olhos. O público percebe os movimentos dos artistas por meio do tato e do som. “Não partimos de um tema. É realmente uma investigação. Temos audiodescrição, o som da voz, o tato, a respiração, o barulho dos movimentos, tudo isso composto para fazer uma peça de dança concebida para outros sentidos”, explica Anamaria. A classificação indicativa é 16 anos.
INFANTIL Com uma proposta parecida, mas adaptada para o público infantil, o inédito Lágrimas da floresta também propõe a apreciação da dança sem a visão, mas sob um enredo linear. A história em questão é inspirada em contos indígenas e trata da importância da proteção à natureza, mas de maneira poética e sensível: com música, sons e coreografias. As crianças (a partir de 7 anos) e seus acompanhantes são guiados pelo elenco no palco.
Anamaria Fernandes faz questão de reforçar que os dois espetáculos “não foram criados com o objetivo de incluir deficientes, porque quando falamos ‘incluir’, estamos rotulando e colocando em condição de exclusão”. Para a artista e pesquisadora, o objetivo “é realmente criar estéticas que abarquem e abracem a diversidade humana”. A partir dessa quinta-feira, 25, Olhos meus e Lágrimas da floresta estarão no Centro Cultural Salgado Filho. Até o mês de setembro ainda passarão por Alto Vera Cruz (15 a 18/5), Usina de Cultura (14/6 e 17/8), Vila Marçola (21 a 23/8) e Bairro das Indústrias (20 e 21/9).
A programação apresenta também a oficina Olhando sem olhos, que compartilha o processo investigativo de criação dos espetáculos. Ela tem duração de três horas e é destinada ao público a partir de 18 anos. Os dois espetáculos são gratuitos e com capacidade sujeita à lotação (18 pessoas em Olhos meus e 40 em Lágrimas da floresta).