Jornal Estado de Minas

conhecendo a cozinha

Confeitaria chama a atenção com vitrine cheia de doces de comer com os olhos

O milho ganha protagonismo na receita de Adriano Vilhena (foto: Genilton Elias/Divulgação)

Se você já visitou a França, sabe como é comum ver nas vitrines doces que enchem os olhos. Florian Laroche, francês de Nancy, faz o mesmo em Belo Horizonte. Há cinco meses, ele tenta chamar a atenção de quem passa pela Rua Sergipe, na Savassi, com sobremesas vistas da rua que encantam pela beleza. Dentro da Confeitaria e Creperia Laroche, a experiência fica ainda mais interessante. “Quero trazer um pouco da cultura francesa para a cidade”, avisa o dono, com quase nada de sotaque, que empresta seu sobrenome para a primeira loja que abriu sozinho (a La Bastille fechou depois da morte do seu sócio, Guy Ferchouli). Florian fica praticamente o dia todo atrás do balcão. É ele também quem desenvolve as receitas, que aprendeu em cursos de confeitaria no seu país de origem. “O doce francês não é como o brasileiro, é mais suave e com pouco açúcar. Não uso leite condensado, sigo a tradição francesa.” O cardápio é colado nas primeiras páginas de livros franceses, que podem ser folheados enquanto o pedido não chega. Nele, há clássicos como mil-folhas e creme brulée, ambos preparados com fava de baunilha de Madagascar. O confeiteiro também serve cheesecake de limão com recheio de geleia de morango e torta de caramelo com base de biscoito crocante e mousse de chocolate ao leite com recheio de caramelo. Para os chocólatras, nada melhor que a torta com base de brownie, mousse de chocolate ao leite e recheio de ganache de chocolate meio amargo. Os macarons deixam a vitrine bem colorida. Atualmente, os sabores mais vendidos são chocolate, limão siciliano, pistache e caramelo. Os nomes dos crepes fazem referência a conhecidos monumentos da França. La Montmartre tem recheio de muçarela, tomate, champignon e rúcula, enquanto L'arc de Triomphe combina muçarela, ovo frito, tomate, presunto parma e cebolinha. Quem quiser pode pedir uma taça ou garrafa de vinho para acompanhar. Florian planeja abrir a Laroche para café da manhã às sextas e sábados com croissant e outras receitas francesas.



 

Ponto fixo
A ideia do empório é bem antiga. “O meu sonho sempre foi ter um Eataly mineiro”, conta Eduardo Maya. Imagina, então, a satisfação dele ao inaugurar o Empório Aproxima, que reúne durante um mês produtores e chefs locais no BH Shopping. A cada semana, o público tem a oportunidade de conhecer novos expositores, seguindo um rodízio que privilegia a diversidade da gastronomia mineira. Algumas das opções são tropeiro caipira, sanduíche de pernil com requeijão, biscoitos, panzerotti (calzone pequeno), geleias, temperos saudáveis, cervejas artesanais e drinques com cachaça. O Empório Aproxima no BH Shopping tem data para terminar (15 de fevereiro), mas Eduardo já estuda levar o projeto para outro ponto, onde possa se tornar fixo. 

 

 

Milho é joia
Um chef e uma historiadora juntos para mostrar que o milho pode se transformar em ouro na cozinha. Adriano Vilhena e Carolina Figueira, ambos professores da Faculdade Senac, se tornaram defensores deste ingrediente justamente por observar como ele, apesar de muito comum, é menosprezado na nossa cultura. “O milho está na casa de todo mundo, mas na maioria das vezes aparece enlatado. Além disso, costuma ser cultivado para dar de comer a porco e galinha”, comenta Adriano, que dá aulas de criatividade no curso de gastronomia. A pesquisa da dupla resultou no workshop “O milho e suas possibilidades – Processo criativo e identidade cultural”, que será realizado em 5 de fevereiro, às 18h, na unidade do Senac da Rua Tupinambás, 1.038, Centro, em Belo Horizonte. A historiadora começa falando sobre a pesquisa, em seguida o chef apresenta o prato que criou para mostrar o milho de várias formas diferentes. A base é uma casquinha crocante de milho (desenvolvida a partir de uma técnica da confeitaria), que ganha forma na gordura morna. Dentro vai um pedaço de carne de porco, normalmente lombo suíno cozido em baixa temperatura e com crosta de pó de pipoca (nada mais é que pipoca triturada). Para temperar, maionese cítrica com mexerica, laranja e limão e milho curado. “Deixo a espiga de milho em torno de 20 dias fora da geladeira coberta com sal. No fim, ela fica com notas bem diferentes, um pouco mais frutadas. Então, em vez de finalizar com sal, uso os bagos já salgados”, explica. O prato é servido em uma pequena caixa de madeira, lembrando uma joia. A sugestão de Adriano é degustá-lo, com os olhos fechados, em uma única mordida. Dessa forma, o milho se transforma em uma experiência sensorial completa. As inscrições custam R$ 40 e podem ser feitas no site do Senac. Informações pelo telefone 0800 741 4440.