Tradicional em Belo Horizonte, o restaurante Patuscada, no Bairro Funcionários, chega aos 18 anos com novidades. Mudou de dono, ganhou ambiente repaginado, lançou cerveja própria e começou uma transformação no cardápio, que a partir desta semana conta com novos pratos. Ao mesmo tempo, a ideia é resgatar receitas marcantes desta trajetória e que não saem da memória dos clientes.
Frequentador antigo do Patuscada, Ailton Nascimento assumiu o restaurante há quase um ano. “Era uma oportunidade de voltar para a área – já tive restaurante e amo gastronomia – e dar sequência ao negócio que estava na família”, aponta. O empresário é sogro de Diego Viana, filho do chef Clóvis Viana, que comandava a cozinha desde o início.
O novo dono quer valorizar a história do Patuscada e também apresentar receitas novas, inspiradas em pratos que experimentou em suas viagens pelo mundo. “É um grande desafio resgatar toda esta história e trazer o Patuscada para a posição de destaque que merece no mercado”, comenta. Alguns clássicos estão mantidos, como o steak au poivre, que é prato preferido de Ailton, um “amante da culinária francesa tradicional”. O tornedor é servido com molho de pimenta verde e gratinado de batatas.
A pimenta verde agora aparece em outro prato do cardápio. Ailton resgatou o filé à Chateaubriand, que teria sido criado para o escritor francês conhecido como Visconde de Chateaubriand. A diferença é que o “coração” do filé-mignon, tradicionalmente servido com molho bearnaise, ganha novos acompanhamentos: espuma de pimenta verde, purê de batatas com toque de azeite de trufas negras e mix de cogumelos (paris, shiatke e shimeji) salteados no azeite.
O chef Carlos Guimarães está praticamente desde o início do restaurante. Antes de se tornar assistente de Clóvis Viana, ele trabalhou com Ivo Faria (Vecchio Sogno) e Memmo Biadi (Dona Derna). Há cerca de 10 anos, assumiu o comando da cozinha, que continua com colaboradores antigos. “Tenho muito orgulho de fazer parte dos 18 anos do Patuscada”, destaca.
Nesta nova fase, Carlos tem a missão de levar inovações para o cardápio, como o velouté de morango, que acompanha as lâminas de salmão curadas. Ainda nas entradas, outra novidade é o mexilhão salteado em ervas finas e vinho branco e gratinado com fonduta de queijo e raspas de limão siciliano. Vale experimentar também o polvo grelhado com legumes e emulsão de gema defumada e as lunettes (massa feita na casa) recheadas com rabada desfiada e molho cítrico de laranja.
Toda semana, entre as sugestões do chef, haverá pratos icônicos que fizeram sucesso na história do Patuscada e sempre são lembrados pelo público mais fiel. Carlos tem vontade de resgatar receitas como linguine al mare (massa com lula, camarão e mexilhão), arroz de pato e pernil de cabrito, que já foi servido com massa ou batatas coradas. Alguns clientes pediram também o picadinho de avestruz.
FEIJOADA A tradicional feijoada do Patuscada continua aos sábados. A cozinheira responsável pela receita é a mesma há 10 anos. O cliente pode escolher entre tradicional ou magra e os acompanhamentos são arroz branco, farofa, couve, vinagrete, mandioca e torresmo. Ailton acrescentou no cardápio de sábado a peixada com arroz branco e pirão. Assim como a feijoada, não pode sair do cardápio o famoso cone de amêndoas com mousse de chocolate, coulis de frutas vermelhas e sorvete de menta.
Além do novo cardápio, o restaurante comemora seus 18 anos com o lançamento da cerveja Patuscada. Produzida pela Cervejaria ARZ, a bebida no estilo german pils tem sabor levemente frutado e baixo teor alcoólico. Ela é usada até na nova sobremesa, o pudim Patuscada, que ganha sabor com uma calda de cerveja. Ailton se prepara para incrementar o cardápio vegano, que, surpreendentemente, tem boa saída, e lançar o chope da casa. Para fechar, em julho terá festa de aniversário na rua.