Quer um café especial quentinho? Você pode receber uma garrafa térmica com a bebida feita na hora e pronta para tomar. Prefere os grãos torrados para moer em casa? É só escolher aquele que mais agrada o seu paladar. O mercado de cafés em Belo Horizonte vem se adaptando ao momento para levar aos clientes a melhor experiência com a bebida.
A ideia do e-commerce do Café Abraço surgiu no ano passado como plano para ampliar o negócio. Coincidentemente, ficou pronto em março e ajudou a empresa a enfrentar a pandemia. “Foi uma surpresa muito boa. Depois que lançamos o site, em todos os meses temos tido faturamento superior ao do ano passado. Mandamos café para quase todos os estados”, contabiliza Débora Rabelo.
O Café Abraço desenvolve um trabalho de valorização da agricultura familiar, selecionando pequenos produtores mineiros (primeiro em Boa Esperança, depois Poço Fundo) que tenham um diálogo mais saudável com a terra e produção alinhada ao comércio justo, entre orgânicos e agroecológicos.
Débora observa que o consumidor tem se interessado cada vez mais pela sua proposta. No contexto da pandemia, isso ganhou mais força, tanto que os cafés mais vendidos são os orgânicos. “As pessoas estão procurando consumir mais produtos saudáveis, já observava isso como tendência. Querem saber a origem do alimento, onde, como e por quem foi produzido.” A embalagem estampa a foto do produtor daqueles grãos, por isso ela diz que “cada café é um abraço de uma pessoa”.
Fora os orgânicos, que são produzidos por Josilene e Regina, Débora diz que alguns cafés são queridinhos desde o início da marca. O da Paula e o do Márcio estão entre os mais vendidos. “O café do Márcio tem notas de chocolate, açúcar mascavo e amendoim torrado, sabores mais simples de perceber, enquanto o da Paula é mais complexo, floral, um pouco cítrico e com notas de frutas maduras”, detalha. O site oferece também kits, como o que vem como uma cumbuca de algodão para servir pães e guardanapo.
No caso da Oop, a loja on-line já existia dentro do site, mas estava “adormecida”. Quando veio a pandemia, a cafeteria começou a usá-la com mais força e agora se sente mais próxima do público do que nunca, já que os produtos chegam a todo o Brasil. “Para BH, criamos um modelo de site com entrega expressa. Você faz o pedido e entregamos em até um dia útil. Não tem atendimento imediato como aplicativo, mas não leva o mesmo tempo de um e-commerce”, informa o sócio Tiago Damasceno.
A cafeteria não entrega a bebida pronta, preferiu focar nos pacotes com grãos, que são torrados conforme a demanda, para garantir o frescor. Um dos destaques é o quarteto de cafés, que tem o do Dério (ES), que lembra rapadura; o do Adielson (BA), com notas de pêssego, e o do Cleiton (Caparaó), que mistura caramelo com toque cítrico. “Tem também o café do Leonardo, do Norte de Minas, que produz uma variedade exótica, chamada geisha, conhecida por notas sutis e delicadas de florais e cítricos.”
Além dos cafés, o site quer ser referência em utensílios para o preparo em casa, como coador e decanter, e itens de produtos para compor a mesa. Entre eles, copos de cerâmica exclusivos produzidos pelo Ateliê de Cerâmica e pano de café (para envolver garrafa ou decanter), fruto de parceria com o Estúdio Veste. “O palco do nosso café não é mais o nosso balcão, é a mesa da pessoa. Acreditamos que estes itens de charme podem tornar o momento de fazer café mais bonito e prazeroso.”
A loja física, na Savassi, está fechada para reforma e reabre no mês que vem em novo formato.
O empresário Tiago Oliveira, do restaurante Evü, encontrou uma maneira de entregar café pronto para tomar. A bebida viaja em garrafas térmicas estilizadas e permanece quente por pelo menos quatro horas, segundo ele, sem perder aroma, sabor ou potência. “Para quem toma muito café como eu (mais ou menos dois litros por dia) e gosta de moer os grãos, dá trabalho fazer toda hora.”
O café é preparado na Hario V60 ou prensa francesa e vai direto para a garrafa de 400ml ou 1l. No momento, o Evü trabalha com grãos do Sul de Minas, com notas de caramelo, castanha e chocolate. O cliente recebe em casa ou no escritório a bebida pronta, depois tem três meses de recarga com 50% de desconto para retirada no local (se quiser ficar com a garrafa). Outra opção é comprar só o conteúdo. Neste caso, o restaurante leva e busca o recipiente num raio de 4km.
Apaixonado por café, Tiago teve a ideia de importar as garrafas para oferecer aos clientes no restaurante. Com a pandemia, o serviço foi adaptado para o delivery. “Sou agente de viagens, frequento cafeterias no mundo todo e não via nenhum lugar que tinha um recipiente para manter o café quente na mesa por mais tempo”, aponta o empresário, que também comanda a agência de viagens Tripness.