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Estado de Minas INFLUÊNCIA PORTUGUESA

A união de duas nações, quando o assunto e gastronomia e cultura

Será lançado neste domingo (31/10), virtualmente, o livro 'Fazendas de Minas, raízes de Portugal', que traz receitas de pratos que unem as duas culturas


31/10/2021 04:00 - atualizado 31/10/2021 08:17

lançamento
Odilon Nicolau, Patrícia Soutto Mayor, Clesio Barnosa, a esposa Norma e filho Rafael Miranda Barbosa (foto: Jacques Gouthier/Divulgação)
Patrícia Soutto Mayor Assumpção e Clésio Barbosa são uma dupla que deu certo. Hoje, lançam nas redes sociais o sexto livro que escreveram juntos. A parceria começou há cerca de 20 anos, com o propósito de disseminar a cultura mineira, com foco na gastronomia, porém mostram desde a produção agropecuária, a arquitetura das fazendas produtoras, a influência que o estado recebeu de outras culturas.

A proposta inicial era escrever sobre seis fazendas mineiras e seis quintas de Portugal que produzissem a mesma coisa e relacioná-las, mostrando a grande influência do nosso país-irmão desde a época do descobrimento e da exploração do ouro. Os autores pretendiam pegar vinícolas, produtores de azeite, de café, etc. e fazer um paralelo entre elas.

Infelizmente, foram surpreendidos com a pandemia da COVID-19 e se viram obrigados a criar um plano B. Decidiram destacar a influência lusitana nas fazendas de Minas. Colocaram no foco 12 fazendas mineiras que produzissem alimentos relacionados com Portugal, como, por exemplo, batata, frango, ovos, suínos, azeites, cafés. “Todas as fazendas selecionadas produzem itens produzidos no país europeu, são de famílias com descendência direta de Portugal, famílias que vieram e deixaram aqui suas raízes”, conta Clésio.

Vinho
Cave da vinícola Bárbara Heliodora (foto: Odilon nicolau/Divulgação)
 

Se o livro fala de famílias, foi feito pelas famílias dos autores. O fotógrafo é    Odilon Nicolau, marido de Patrícia, que fez mais de mil fotos, das quais foram selecionadas 275 para ilustrarem o livro, que teve como designer gráfico o filho de Clésio, Rafael Miranda Barbosa, que também foi o responsável pelo visual e tipologia dos livros anteriores. Por causa da pandemia, não haverá o grande lançamento como foi feito nos títulos anteriores. Um jantar para os proprietários das fazendas com o governador fará as vezes do coquetel, que geralmente reunia cerca de 2 mil pessoas.

O LIVRO


“Fazendas de Minas, raízes de Portugal” traz um pouco da história de fazendas mineiras de onde saem produtos como azeite, hortaliças, batata, milho, aves, suínos, ovinos e caprinos, queijo, frutas e vinho, e café, já que Minas é, hoje, o maior estado produtor de café do país e um dos maiores do mundo. Durante quase dois anos, os autores pesquisaram, selecionaram e visitaram várias fazendas de Minas em busca das histórias das famílias com sobrenomes de origem portuguesa.

Foi feita uma criteriosa seleção de receitas que recheiam cada capítulo do livro, e que poderão trazer à tona muito da memória de infância dos leitores, como o aroma gostoso da comida preparada no fogão a lenha, o cheiro de biscoitos de polvilho assando no forno de barro, o sabor da couve picada bem fininha que acompanha o feijão-tropeiro e a felicidade de degustar um doce feito pelas nossas mães e avós. Tudo regado pela herança portuguesa, que se faz forte por meio dos sobrenomes, dos costumes, da religião, das artes, da arquitetura, da agricultura e da culinária.

INFLUÊNCIA


Europeus e africanos que chegaram aqui, deixaram suas marcas, porém nenhum deles aprofundou tanto suas raízes como os portugueses, povo de uma terra de grandes exploradores. Foram eles que, com os africanos, mais influenciaram os nativos e fundaram as bases para a construção da sociedade brasileira.

Minas Gerais, assim como o Brasil, é uma terra que foi habitada e desenvolvida principalmente por imigrantes de diversas nações, principalmente os portugueses, que deram início à colonização. Do encontro de culturas europeias e africanas, somado aos costumes dos índios nativos, nasceu uma cultura singular, dando origem à brasilidade e à mineiridade. Um dos destaques dessa cultura é a culinária, que mistura ingredientes indígenas, africanos e europeus como a couve, o feijão-tropeiro, o leitão assado, o torresmo, o angu de milho verde, o frango com quiabo, entre outros. Assim, desenvolveu-se a agricultura e a agropecuária do estado.

Patrícia Soutto Mayor e Clésio Barbosa ganharam o 1º lugar Best World, em 2015, na China, do prêmio Gourmand Award, considerado o Oscar da literatura de gastronomia no mundo, na categoria queijo-leite, com o livro “Minas Gerais, fazendas e sabores do leite”. A dupla concorreu com livros da Alemanha, França, Itália, Suécia e Austrália, e ficaram como finalistas do prêmio Jabuti. O Fazendas de Minas, raízes de Portugal foi aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura.

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