A pandemia provocou uma reviravolta no Cantim D’Or Noir. No período em que ficou de portas fechadas, o gastrobar mudou de nome (acrescentou o D’Or) e de endereço (agora está em um ponto bastante movimentado na Avenida do Contorno, altura do Bairro Santa Efigênia). Perto de completar 10 anos, a casa continua a ser um lugar de boa comida, preços acessíveis e música ao vivo.
A história do Cantim começou em 2011, quando o casal Ione Romualdo e Israel Júnior abriu uma fábrica de massas italianas. Ambos trabalhavam na área de sistemas, mas sempre gostaram de cozinhar. Quando ele perdeu o emprego, teve a ideia de resgatar as receitas do lado italiano da família. “Pegamos todas as receitas de massas e molhos, fizemos algumas melhorias e começamos a vender”, relembra Ione.
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Na pandemia, obrigados a fechar as portas e sem conseguir rentabilizar com o delivery, Ione e Israel chegaram a pensar que a história estava perto do fim. Até que, em julho do ano passado, receberam a proposta de assumir um ponto na Avenida do Contorno.
Há anos, eles “namoravam” esse imóvel, mas ocupá-lo parecia um sonho impossível. Com fachada amarela e branca, a casa da década de 1920 já funcionou como residência, armazém e restaurante (incluindo o italiano Via Destra).
“Falavam que éramos loucos de assumir um novo lugar no meio da pandemia, mas tivemos persistência. Agora estamos em uma área comercial e com visibilidade excelente”, comenta Ione, que recebe os clientes como se ainda fosse na sua casa e gosta de passar de mesa em mesa para ouvir a opinião deles. Israel é quem comanda a cozinha.
Nhoque elogiado
O destaque do cardápio são as massas italianas. O nhoque, de tão elogiado, é vendido como o melhor de BH. Na receita, farinha de grano duro e batatas assadas. “Quanto menos água no preparo do nhoque, menos farinha você usa para dar o ponto”, acrescenta Ione, justificando porque ele é leve e macio.
As opções de molhos, também artesanais, são demi-glace com iscas de filé-mignon e cogumelos, ao sugo, bolonhesa, quatro queijos ou ervas finas.
As massas recheadas complementam o cardápio. O canelone de carne de sol, pimenta biquinho e catupiri com molho de abóbora é um dos mais pedidos. “Ralamos a abóbora e ela derrete no molho branco. É de comer rezando”, descreve Ione. Outras sugestões são rondeli de espinafre ao molho de quatro queijos e ravióli de gorgonzola com damasco.
Entre os petiscos, destaque para o bolinho de arroz com recheio de três queijos (provolone, muçarela e parmesão) e alho-poró e o “flango” imperial, que faz uma brincadeira com a cozinha oriental. Os cubos são empanados usando a técnica chinesa e servidos com molho agridoce. Como Ione não come carne, sempre pensa em receitas vegetarianas para o cardápio.
Entre os melhores
Por duas vezes, o Cantim ficou em terceiro lugar na competição do Comida di Buteco. Uma delas foi este ano. Seguindo o tema “raízes”, eles criaram o prato Costeliana, com mini pizzas de inhame e farinha de arroz com alho-poró, muçarela e provolone e costelinha de porco com farofa e molho barbecue artesanal a base de maçã.
A carta de drinques conta com mais de 30 opções, entre elas o Spice Passion, combinação de vodca, maracujá, baunilha e pimenta tabasco, que tem uma leve picância. Quem prefere sabores mais cítricos pode pedir o Nosso Cantim, a base de gim, abacaxi, gengibre, hortelã e canela em pau. Com cachaça, morango, limão e hortelã, o Cantim mineiro é uma das versões de caipirinha.
Desde o início, o bar investe em música ao vivo. Os shows são nas noites de terça a sábado e passeiam entre vários estilos, como samba, rock, MPB, chorinho e até medieval. “Os músicos também foram muito prejudicados na pandemia, então fazemos de tudo para que a troca seja boa. Oferecemos a mesa de som e 100% do que é arrecadado com o couvert vai para eles”, destaca Ione.
Serviço
Cantim D’or Noir
Avenida do Contorno, 3588, Santa Efigênia
(31) 99707-8090