Não é refrigerante nem água saborizada. Também não deve ser confundida com kombucha. A novidade que se tem espalhado por Belo Horizonte tem o nome de soda artesanal. Produzida pela Magolis, pequena fábrica em Esmeraldas, a bebida à base de frutas, gaseificada e com baixo teor de açúcar, chega como uma opção leve, refrescante e saudável para matar a sede e acompanhar a comida.
Leia Mais
Onde experimentar sabores do Nordeste sem sair de Belo HorizonteConfeitaria recém-inaugurada no Santa Tereza monta kits para presentearParece restaurante, mas nova Du Pain tem cardápio todo voltado para os pãesMineira que começou delivery em casa abrirá loja de hambúrguer em MiamiBar inspirado na floresta amazônica tem comidas e drinques criativosDe panqueca a pudim: aprenda a fazer cinco receitas com ora-pro-nóbisLá na fábrica não se usa extrato nem saborizante. Todos os sabores são extraídos naturalmente de insumos frescos. Além disso, adiciona-se pouco açúcar e nada de conservantes. “Os nossos produtos têm o apelo do menos artificial e do mais natural e fresco possível. Você pode beber sem ficar com peso na consciência”, destaca o fundador da Magolis, Henrique Magalhães.
Henrique vem do mercado cervejeiro. Seus olhos se abriram para o uso das frutas nas duas últimas fábricas onde trabalhou. “Essas fábricas faziam cervejas bem diferentes, com frutas sazonais, que eram ácidas e leves, combinavam com o nosso clima e rapidamente caíram no gosto dos brasileiros”, relembra. Daí surgiu a ideia: por que não levar o sabor das frutas para uma bebida sem restrições?
Para Henrique, era importante saber a origem dos alimentos, como são cultivados, por quem e de que forma poderia explorar o potencial de cada um. Por isso, ele estudou bastante esse universo antes de criar as sodas. Assim, aliou o conhecimento industrial ao agrícola, mas em uma escala bem pequena, pois trabalha de acordo com as sazonalidades dos ingredientes, respeitando o tempo deles.
O limão siciliano, por exemplo, é de um pequeno produtor da Serra da Moeda. A escolha não tem a ver apenas com o fato de ser mais aromático e com menos carga de agrotóxicos. Relaciona-se com o que Henrique acredita ser sustentável.
“Penso que, assim como ele respeita o tempo do limão, mantendo a qualidade o ano inteiro, prefiro trabalhar de maneira artesanal, com pequenos lotes, abastecendo semanalmente os pontos de venda com o produto mais fresco possível”, compara. A ideia é dar a sensação de que o limão foi espremido pouco tempo antes.
Primeira receita
Foi com esse limão que Henrique desenvolveu a primeira receita. Retiradas as partes que amargam, ele prepara um suco comparado a uma limonada suíça, pois leva a casca. “A maioria dos óleos essenciais que dão aroma e sabor estão na casca. Fora isso, tenho a preocupação de diminuir o desperdício e aproveitar melhor a fruta”, justifica. A soda de limão siciliano serve como base para outras receitas.
Morangos e pitangas usados na produção das sodas são de Itabira, na Grande BH, enquanto framboesas, amoras e mirtilos chegam de Gonçalves, no Sul de Minas. “Teria a opção de usar extrato, mas não conseguiria um sabor fresco. Você vê as sementinhas do morango e sente que ralamos o gengibre na hora.”
Henrique também usa maracujá, amora preta e morango do quintal da fábrica. Já os cafés são especiais e vêm de microlotes de pequenos produtores de várias regiões do Brasil.
A Magolis tem 15 sabores. Entre as opções, tangerina com pitanga; limão siciliano com abacaxi; maracujá com gengibre; acerola com laranja e morango com amora preta, framboesa e mirtilo.
Há também misturas mais exóticas, como o limão taiti, pepino japonês e sal rosa do Himalaia. Henrique conta que se inspirou em uma cerveja para desenvolver essa receita, sua preferida. Segundo o criador, a bebida causa estranheza num primeiro momento, mas quem prova gosta.
“Realmente, ela é muito diferente. O pepino dá um gosto vegetal, o limão traz bastante frescor e ainda tem um toque de sal.” Igualmente curiosa é a soda de morango com pimenta jalapeño, levemente picante.
Novos sabores
Henrique está sempre inventando novos sabores. Em breve, deve sair o de limão com caju e o de limão com raiz forte (uma espécie diferente do wasabi). Está nos planos usar outros ingredientes inéditos, como romã, jasmim, cardamomo, alecrim e lavanda.
“Queremos conquistar o paladar com sabores diferentes, que saiam da mesmice e atraiam pela curiosidade.” Nas receitas, ele gosta de explorar cítricos e picantes, mostrando que a bebida não precisa ser muito doce para ficar gostosa.
Atualmente, a fábrica produz de 500 a mil litros de soda por mês. Quando for finalizado o processo de ampliação, esse número chegará a três mil litros. Mas Henrique avisa que quer continuar caminhando na velocidade que os produtos chegam com qualidade e frescor aos clientes.
Tudo na empresa é artesanal, até a logística da distribuição. Eles fazem entregas semanais nos pontos de vendas para que o intervalo entre a produção e o consumo seja o menor possível. “Também quero tornar mais próximo o convívio entre quem produz e quem consome, fazer com que o produto passe por menos mãos e a nossa história chegue mais fácil ao consumidor.”
As sodas da Magolis são encontradas em restaurantes asiáticos, hamburguerias, cafeterias e sacolões da cidade. Segundo Henrique, elas combinam com todo tipo de comida, já que são leves e delicadas. As sodas também são vendidas diretamente para o consumidor. A Magolis tem, inclusive, um clube de assinaturas para quem mora em BH. Os participantes recebem quatro sabores variados por mês.
Serviço
(31) 99835-8153