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Estado de Minas OURO DE SABARÁ

De panqueca a pudim: aprenda a fazer cinco receitas com ora-pro-nóbis

'Dá para criar o que você quiser', diz Maria da Conceição Marques, uma das cinco cozinheiras que estão no caderno de receitas lançado pela AngloGold Ashanti


24/04/2022 04:00 - atualizado 24/04/2022 10:35

rasgado de ora pro nobis
Maria da Conceição Marques ficou conhecida pelo rasgado, prato com ora-pro-nóbis, frango caipira, milho verde e angu (foto: Gláucia Rodrigues/Divulgação)
 

Mais que um item da gastronomia mineira, o ora-pro-nóbis é um patrimônio cultural. Especialmente em Sabará, a folha verde-escura tem uma importância histórica tão significativa que faz parte da identidade dos moradores.

 

 

Para valorizar e perpetuar o saber e a tradição que envolve o ingrediente, a empresa de mineração de ouro AngloGold Ashanti acaba de lançar um caderno de receitas que ensina a preparar a verdura com costelinha e até transformá-la em pudim.

Segundo a gerente de patrimônio cultural e memória empresarial da AngloGold Ashanti, Rivene de Oliveira, o caderno de receitas vem somar ao que já se faz em Sabará para divulgar o ora-pro-nóbis.

O modo de fazer de pratos com ora-pro-nóbis está registrado como bem imaterial no livro dos saberes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A cidade realiza o Festival do Ora-pro-nóbis em maio, quando serve as mais diferentes receitas com o ingrediente. Além disso, os restaurantes atraem visitantes o ano inteiro interessados em experimentar pratos típicos.

 

pudim de ora pro nobis
O pudim pode ser encontrado todo fim de semana no restaurante Ouro Verde, de Regina Fonseca Reis (foto: Gláucia Rodrigues/Divulgação)

Ao evocar cheiros, sabores e memórias, a empresa, que tem uma operação na cidade, quer aproximar um público ainda maior das nossas tradições. “Quanto mais as pessoas entenderem o ora-pro-nóbis como patrimônio cultural, maior a possibilidade de se fortalecer essa identidade e perpetuar esse saber na nossa história”, analisa.

Cinco mulheres que moram em Sabará participam da publicação com suas histórias e receitas. São cozinheiras de mão cheia, de gerações diferentes, que lidam diariamente com o ora-pro-nóbis, seja em casa ou em restaurantes.

Reconhecidas pela comunidade

A escolha também levou em consideração quem valoriza essa cultura e é reconhecida na comunidade pelo que faz. “Além de saber cozinhar, era importante que essas personagens transmitissem o saber e mantivessem vivo o ora-pro-nóbis no dia a dia das pessoas”, completa Rivene.

As receitas selecionadas mostram a diversidade da verdura. O caderno ensina a fazer desde a tradicional costelinha com ora-pro-nóbis até o inusitado pudim que ganha cor e sabor com a folha. Outro prato que foge do comum é a panqueca com recheio de carne moída e ora-pro-nóbis.

Duas receitas trazem a clássica combinação com frango, entre elas o rasgado de ora-pro-nóbis, que ainda tem milho verde em espiga e como angu.

 

Regina Fonseca Reis
'Quem não comeu quer provar e quem já comeu com certeza quer comer de novo porque é muito gostoso', diz a cozinheira Regina Fonseca Reis, ao falar do ora-pro-nóbis (foto: Gláucia Rodrigues/Divulgação)

“Selecionamos um conteúdo bem diversificado, porque nem todo mundo tem habilidade na cozinha, mas tem curiosidade de aprender”, explica Rivene. “Essas mulheres mostram que, na simplicidade, dá para ter um prato com sabor maravilhoso.”

A família de Maria da Fonseca, mais conhecida como Dona Maria do Pompéu, têm tradição de cozinhar com ora-pro-nóbis. Tudo começou quando a matriarca abriu o restaurante Dona Maria do Pompéu, há 24 anos, depois do sucesso do seu prato marreco com ora-pro-nóbis. De lá para cá, a cozinheira nunca deixou de transmitir seu conhecimento.

No caderno, enquanto ela ensina a fazer a costelinha, a filha Regina Fonseca Reis apresenta o pudim e a neta (e chef do seu restaurante) Sandra Alves assina a receita da panqueca.

Regina diz que aprendeu tudo com a mãe. Há sete anos, ela deixou o Dona Maria do Pompéu para abrir o seu próprio restaurante, Ouro Verde. “Muita gente vem procurando o ora-pro-nóbis. Quem não comeu quer provar e quem já comeu com certeza quer comer de novo porque é muito gostoso.” A cozinheira até plantou um pé na porta para deixar o ingrediente bem em evidência.

Invenção de receitas

Lá no restaurante, ela usa ora-pro-nóbis em tudo. A procura maior é por pratos tradicionais, com costelinha e frango, mas ela gosta de inventar receitas. Já fez tapioca, lasanha e pudim, servido todo fim de semana de sobremesa.

“Muita gente tem receio de provar um doce com verdura, mas fica muito gostoso”, garante a cozinheira, que tem passado esse conhecimento para os filhos.

 

panqueca com ora pro nobis
Panqueca com ora-pro-nóbis, receita de Sandra Lúcia Alves, cozinheira do restaurante Dona Maria do Pompéu (foto: Gláucia Rodrigues/Divulgação)

O ora-pro-nóbis alimentou toda a família de Maria da Conceição Marques. A aposentada conta que sua mãe criou os oito filhos com a verdura, numa época em que não dava para comer carne.

Ao longo do tempo, ela trabalhou em restaurantes e casas de família e foi criando pratos diferentes, guiando-se pelo que aprendeu com a mãe (que, por sua vez, aprendeu com a avó). “Dá para criar o que você quiser. Tudo o que me dá na telha eu faço”, diz a cozinheira, que colhe as folhas no muro de casa.

Maria da Conceição ficou conhecida na cidade pelo rasgado, receita que ela inventou e agrada a todo mundo. O prato tem esse nome porque as folhas de ora-pro-nóbis são rasgadas e se juntam ao frango caipira, espiga de milho verde e angu. A sugestão é servi-lo com arroz, feijão e torresmo.

“O chef é o ora-pro-nóbis, ele que dá direção. Vejo o que dá para combinar com ele e vou fazendo”, explica. A cozinheira costuma servir o rasgado quando a casa está cheia com os três filhos, cinco netos e quatro bisnetos.

Serviço

Acesse o caderno de receitas pelo site www.anglogoldashanti.com.br/orapronobis/

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