O leite e a gordura nem fazem falta. Usando apenas ingredientes naturais, Ana Xavier, da Mira Flor, consegue fazer sorvetes veganos que não perdem nada em sabor e cremosidade.
Desde o início, quando desenvolveu a base de inhame, ela queria oferecer algo que fosse realmente gostoso, e não apenas conectado com a saúde e a sustentabilidade. “Não faço sorbet, é um sorvete. Mesmo os de fruta são cremosos, não ficam parecendo raspadinha.”
A convivência com uma horta em casa despertou desde cedo o interesse de Ana por alimentos naturais e meio ambiente. Ela sempre nutriu uma paixão pela cozinha, mas acabou estudando arquitetura e direcionou seu trabalho para a área de sustentabilidade. Depois, resolveu fazer curso de paisagismo e começou a trabalhar em uma empresa de hortas.
Nessa época, surgiu a ideia de oferecer um curso que unisse horta e cozinha. O desafio era usar o máximo de ingredientes da terra. Quando estava desenvolvendo o cardápio, Ana se lembrou da sobremesa de uma tia-avó.
“Ela batia inhame com creme de leite e leite condensado, colocava para resfriar e virava uma mousse.” Inspirada nessa receita, a arquiteta misturou inhame com um creme à base de leite de coco e manjericão e congelou até virar um sorvete.
“Ela batia inhame com creme de leite e leite condensado, colocava para resfriar e virava uma mousse.” Inspirada nessa receita, a arquiteta misturou inhame com um creme à base de leite de coco e manjericão e congelou até virar um sorvete.
Uma amiga que experimentou enxergou na invenção potencial de virar negócio. Ana nunca tinha se imaginado empreendendo, mas gostou da ideia. “Comecei a pesquisar sobre o mercado de sorvetes veganos e descobri que era muito pouco explorado no Brasil. Só encontrei duas empresas – uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo.” Nenhuma delas usava como base o inhame.
Ana relembrou os tempos de infância (ela era aquela criança que estava sempre na cozinha inventando receitas) e começou a fazer pesquisas, testes e cursos para aprimorar seu sorvete.
“Peguei uma tabela de gelato italiano e pensei em como transformar aquilo, mantendo a mesma qualidade, só que sem usar produtos de origem animal”, conta. Assim, ela chegou a uma base de inhame, castanha-de-caju e açúcar demerara. Pasta de gergelim e amêndoas entram em algumas receitas.
“Peguei uma tabela de gelato italiano e pensei em como transformar aquilo, mantendo a mesma qualidade, só que sem usar produtos de origem animal”, conta. Assim, ela chegou a uma base de inhame, castanha-de-caju e açúcar demerara. Pasta de gergelim e amêndoas entram em algumas receitas.
Saudável e gostoso
Hoje, a Mira Flor oferece sete sabores no pote, sendo que o de caramelo salgado é o mais vendido. “Acho que por conta da cremosidade, mas também porque caramelo lembra muito indulgência. As pessoas querem um sorvete saudável, mas gostoso.”
Completam a lista frutas vermelhas com hibisco, chocolate, paçoca, maracujá com chocolate, chocolate 100% e cupuaçu com nibs de cacau (os três últimos desenvolvidos em parceria com a Amma, marca baiana de chocolates orgânicos).
Completam a lista frutas vermelhas com hibisco, chocolate, paçoca, maracujá com chocolate, chocolate 100% e cupuaçu com nibs de cacau (os três últimos desenvolvidos em parceria com a Amma, marca baiana de chocolates orgânicos).
Há também uma linha exclusiva para restaurantes, que começou com o sorvete de manjericão, o primeiro a ser criado. Além dele, o de beterraba com balsâmico é muito usado para finalizar saladas e risotos. Cumaru, tapioca e cupuaçu são outras opções de um extenso cardápio.
Lançada no fim de 2017, a Mira Flor concretiza o desejo de Ana de continuar a trabalhar conectada com a sustentabilidade. “Pesquisei sobre questões ambientais ligadas à alimentação e não tem como fugir do veganismo. Não acredito que vamos conseguir continuar consumindo carnes e laticínios dessa forma por muito tempo”, comenta a sorveteira, que é vegetariana.
Lançada no fim de 2017, a Mira Flor concretiza o desejo de Ana de continuar a trabalhar conectada com a sustentabilidade. “Pesquisei sobre questões ambientais ligadas à alimentação e não tem como fugir do veganismo. Não acredito que vamos conseguir continuar consumindo carnes e laticínios dessa forma por muito tempo”, comenta a sorveteira, que é vegetariana.
A decisão de não usar produtos de origem animal também tem a ver com o seu propósito de valorizar ingredientes naturais e locais.
Ana trabalha apenas com insumos orgânicos, incluindo framboesa, morango, castanha-de-caju e o próprio inhame, enviado por uma comunidade de Divino, na Zona da Mata. Os primeiros sabores, inclusive, foram criados a partir da pesquisa de fornecedores. Cupuaçu e chocolate vêm da Bahia.
Ana trabalha apenas com insumos orgânicos, incluindo framboesa, morango, castanha-de-caju e o próprio inhame, enviado por uma comunidade de Divino, na Zona da Mata. Os primeiros sabores, inclusive, foram criados a partir da pesquisa de fornecedores. Cupuaçu e chocolate vêm da Bahia.
Naturalmente, a marca tem muita aceitação entre os veganos, mas Ana deixa claro que os produtos não ficam restritos a esse público. Também atendem quem busca um sorvete mais sustentável e saudável.
“Tenho sentido cada vez mais pessoas que chegam até mim pela questão de saúde. Além de não adicionar gordura nem leite, uso metade de açúcar do que tem em um sorvete comum”, informa.
“Tenho sentido cada vez mais pessoas que chegam até mim pela questão de saúde. Além de não adicionar gordura nem leite, uso metade de açúcar do que tem em um sorvete comum”, informa.
Serviço
(31) 98660-2121