O destino parecia estar traçado. Marcelo Marani trabalhava na pizzaria do pai, em Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais. Aos 18 anos, depois de passar por todos os setores, da cozinha ao escritório, já se sentia pronto para gerenciar o negócio. Mas aí veio uma grande decepção. “Meu pai me despediu, disse que não tinha lugar para dois. Fiquei muito decepcionado, achando que não era valorizado, mas hoje sei que foi um ato de amor”, aponta o empresário, fundador da plataforma Donos de Restaurantes, que já treinou mais de 15 mil alunos em 26 países.
Leia Mais
Novo refrigerante artesanal de BH combina guaraná com limãoDeu praia na Savassi: bar serve petiscos e drinques com sabor de marFábrica de geleias e molhos cria combinações únicas com especiariasBar de SP lança sabor de cerveja de maconhaConfira os 10 petiscos do Comida di Buteco que brilham pela criatividade Prêmio Gastronomia Preta terá categoria voltada para o público mineiroPara o pai, era importante que o filho passasse por outras experiências e aprendesse com as dificuldades. Marcelo, então, formou-se em ciência da computação, estudou e trabalhou por um ano na Inglaterra e foi contratado por uma multinacional antes de decidir empreender, sozinho.
Em 2011, aos 28 anos, comprou uma pizzaria em Sete Lagoas. Dois anos depois, montou um negócio de fatia de pizza, que vendeu logo em seguida. Na mesma época, deixou o emprego com planos de ter mais restaurantes.
Mal sabia que ele que estava prestes a viver outro momento turbulento. Sofrido, mas que o ajudou a crescer como empreendedor. Marcelo abriu uma casa de carnes em Belo Horizonte, que não durou um ano.
“Imaginava, depois de duas experiências, que já dominava todos os aspectos de montar um restaurante, mas cometi um grande erro. Comecei a delegar tudo para o meu sócio, o negócio desandou e fiquei devendo muita grana”, conta. “Esse fracasso me trouxe muita vergonha.”
“Imaginava, depois de duas experiências, que já dominava todos os aspectos de montar um restaurante, mas cometi um grande erro. Comecei a delegar tudo para o meu sócio, o negócio desandou e fiquei devendo muita grana”, conta. “Esse fracasso me trouxe muita vergonha.”
Para sair do “buraco”, Marcelo começou a estudar como pagar as dívidas. Foram três anos de muito aprendizado, de entender onde tinha errado e como poderia melhorar. “Nesse momento, comecei a sentir as dores que todo mundo da gastronomia sente.”
Foi o que o motivou a lançar, em 2019, uma plataforma para ajudar donos de restaurantes a não passar pelo que ele tinha passado, ou pelo mesmo encontrar soluções para os problemas. Até então, só existiam escolas que formavam mão de obra para o setor. O sete-lagoano se inspirou na sua própria vivência e em cursos norte-americanos para criar a metodologia.
O portal disponibiliza conteúdo em vídeo (são mais de 400 horas de aulas gravadas) de temas como vendas, marketing, processos operacionais e finanças, além de mentorias semanais com especialistas.
O objetivo é ajudar desde quem deseja entrar no ramo de gastronomia até quem quer alavancar o seu negócio, seja de pequeno, médio ou grande porte. Os alunos estão espalhados por todo o Brasil e mais 25 países, incluindo Argentina, Emirados Árabes e México.
O objetivo é ajudar desde quem deseja entrar no ramo de gastronomia até quem quer alavancar o seu negócio, seja de pequeno, médio ou grande porte. Os alunos estão espalhados por todo o Brasil e mais 25 países, incluindo Argentina, Emirados Árabes e México.
Felicidade do dono
Outro pilar do curso é o que se chama de “felicidade do dono”. Segundo Marcelo, muitos empresários interpretam, de forma equivocada, o ditado que diz que “o olho do dono é que engorda o gado” e acabam sem tempo para viver, só trabalham.
“Na minha infância, o meu pai trabalhava demais, praticamente não o via e isso me revoltava. Quando resolvi fazer esse trabalho, quis provar que tem como ser dono de restaurante sem ser escravo do negócio”, comenta.
“Na minha infância, o meu pai trabalhava demais, praticamente não o via e isso me revoltava. Quando resolvi fazer esse trabalho, quis provar que tem como ser dono de restaurante sem ser escravo do negócio”, comenta.
Não existe mágica nem pegadinha. Como explica Marcelo, o grande segredo é ter paciência. “Não prometo facilidade, pelo contrário. Os donos de restaurantes precisam entender que existe um trabalho de longo prazo, de aplicar boas práticas para melhorar 1% todos os dias.”
Mas o resultado chega. Ele cita o caso de um aluno, dono de pizzaria em Contagem, na Grande BH, que faturava R$ 300 mil. Três anos depois, ultrapassou R$ 1 milhão e já abriu mais duas casas.
Mas o resultado chega. Ele cita o caso de um aluno, dono de pizzaria em Contagem, na Grande BH, que faturava R$ 300 mil. Três anos depois, ultrapassou R$ 1 milhão e já abriu mais duas casas.
O próprio criador da plataforma é um exemplo. Depois de um problema de saúde do pai, Marcelo assumiu a pizzaria Terraço, que existe desde 1979, e mais que dobrou o faturamento no primeiro ano. A casa fica lotada todos os dias, comemora, e gera mais de 70 empregos. Além dela, continua a ser dono de A Francesinha, também em Sete Lagoas.
Com a plataforma, Marcelo espera contribuir para a profissionalização do setor de gastronomia. Em consequência, salvar muitas empresas e empregos. Pelo que já levantou, 47% dos restaurantes não passam do segundo ano.
“Estamos longe de educar a maioria das pessoas, mas levando mais conhecimento, esperança, resultado e prosperidade contribuímos para fortalecer o mercado de bares e restaurantes como um todo. Esse é o maior legado”, destaca Marcelo, certo de que vai seguir com essa “missão” pelo resto da vida.
“Estamos longe de educar a maioria das pessoas, mas levando mais conhecimento, esperança, resultado e prosperidade contribuímos para fortalecer o mercado de bares e restaurantes como um todo. Esse é o maior legado”, destaca Marcelo, certo de que vai seguir com essa “missão” pelo resto da vida.
Serviço
Donos de Restaurantes
(31) 9333-0109