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Estado de Minas AUSÊNCIA

Culinária brasileira: 'Falta de reconhecimento, não de mérito', diz chef

Para Sinval Espírito Santo e Cristóvão Laruça, esforços coletivos do setor e de ações do governo são necessários para o Brasil conquistar o espaço que merece


04/05/2023 21:05 - atualizado 04/05/2023 21:13

Quatro panelas em fogão do Restaurante Turi
O chef português Cristóvão Laruça, considera que a repercussão da gastronomia está ligada aos destinos turísticos de renome (foto: Nereu Jr/Divulgação)
A CNN divulgou nesta semana uma lista das dez melhores culturas culinárias do mundo. Como o Brasil não está citado na matéria, o Estado de Minas ouviu especialistas do setor para apontar os motivos da ausência nacional na lista, que apresenta nomes como Estados Unidos, Espanha, Japão, México, China e Itália.


Para Sinval Espírito Santo, professor universitário de gastronomia e chef do restaurante Fubá, em Belo Horizonte, uma das maiores dificuldades para o reconhecimento internacional da cultura culinária brasileira é a abundância de recursos que os pratos brasileiros exigem, inclusive, para um modelo comercial estrangeiro.

“Um sanduíche, uma pizza, esses pratos se resolvem numa panela só. Nossa comida é muito múltipla no sentido de insumos e contribuição de culturas. Eu brinco com meus alunos que não se faz almoço [no Brasil] com menos de quatro panelas”, comenta Sinval. 

O chef português Cristóvão Laruça, dono dos estabelecimentos Turi, Caravela e Capitão Leitão, todos de BH, considera que a repercussão da gastronomia internacionalmente está ligada aos destinos turísticos de renome. Para o cozinheiro, a imagem do Brasil tem de ser mais aparente para o exterior, além das praias e da Floresta Amazônica. “A gente tem uma gastronomia riquíssima, a nível de qualquer uma descrita ali. [...] É falta de reconhecimento, não de mérito.”

Ambos os chefs consideram que esforços coletivos do setor e de ações do governo são necessários para que o Brasil conquiste o espaço que merece. 

Sinval aponta que a criação de um cardápio nacional para ser apresentado internacionalmente é um passo necessário, mesmo que ele não represente toda a riqueza brasileira, já que estimularia quem experimenta os pratos a pesquisar mais sobre o país. Porém, o professor enxerga que um consenso seria um resultado difícil entre as regiões.

Cristóvão sugere que o Brasil convide mais cozinheiros, jornalistas e críticos internacionais a conhecer a culinária das múltiplas regiões do país. "Com a maior divulgação de pratos, mais pessoas são convidadas a conhecer o país e é o volume de turistas que traz reconhecimento."

* Estagiário sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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