As visitas ao Mercado Municipal de São Paulo eram constantes. Até que um dia seus olhos brilharam de um jeito especial. Diante dela estavam tâmaras bem grandes e suculentas, algo raro de se encontrar. Desafiada a criar uma receita, Gilma Mourão recheou as frutas com creme de chocolate e, junto com a filha, Júlia, deu início à Mosque, confeitaria inspirada no mundo árabe.
Gilma conta que sempre teve uma “paixão avassaladora” pela cozinha, em especial a confeitaria. Para ela, não existe nada mais interessante do que folhear livros de receitas. Ali encontra inspiração para criar algo novo, não gosta de fazer nada igual. Formada em design de interiores, já atuou com representação de moda, teve fábrica de roupa infantil e administrou a clínica médica do marido.
Quando voltou de São Paulo, ela se lembrou da época em que fazia trufas e teve a ideia de rechear as tâmaras. Seu desejo era equilibrar o dulçor da fruta e adicionar cremosidade. “Nunca tinha visto nada parecido, tanto é que pessoas que viajam para o Oriente Médio me falam que não acham igual”, comenta. Era véspera de Natal. Gilma presenteou alguns familiares com as tâmaras recheadas, que ficaram encantados com o doce e a incentivaram a fazer para vender.
Convocada para desenvolver o conceito da marca, Júlia acabou abraçando o negócio. Depois de se formar em arquitetura, ela fez uma especialização em design de serviço, que ensina a oferecer a melhor experiência ao cliente. “Isso me deu bagagem para unir o dom da minha mãe com a área que tinha acabado de descobrir e criar uma marca diferenciada aos olhos do consumidor.”
Convocada para desenvolver o conceito da marca, Júlia acabou abraçando o negócio. Depois de se formar em arquitetura, ela fez uma especialização em design de serviço, que ensina a oferecer a melhor experiência ao cliente. “Isso me deu bagagem para unir o dom da minha mãe com a área que tinha acabado de descobrir e criar uma marca diferenciada aos olhos do consumidor.”
A Mosque é um sonho compartilhado entre mãe e filha. Gilma é a chef confeiteira e Júlia cuida da direção criativa e comercial. Sempre perguntam se elas são descendentes de árabes, mas não. A inspiração para criar a identidade da marca vem da origem da tâmara.
Acredita-se que as frutas surgiram em áreas de deserto do Oriente Médio, onde muitos consideram a tamareira uma árvore sagrada. Daí a dupla chegou ao nome Mosque, que significa mesquita em inglês. Os arabescos que estampam as embalagens reproduzem ladrilhos, portais e tapetes dos templos.
A confeitaria só trabalha com as tâmaras jumbo (as maiores do mercado), colhidas em Israel. “Essas tâmaras nascem em uma palmeira e eles colocam uma rede em volta para que fiquem maduras antes de cair. Então, vão ficando grandes e suculentas”, explica Júlia.
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As frutas saem de lá frescas e vão se desidratando naturalmente, por isso chegam enrugadas, sem perder a suculência. Em nada se parecem com as que passam pela desidratação industrial e, de tão murchas, lembram uvas-passas.
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As frutas saem de lá frescas e vão se desidratando naturalmente, por isso chegam enrugadas, sem perder a suculência. Em nada se parecem com as que passam pela desidratação industrial e, de tão murchas, lembram uvas-passas.
As frutas são selecionadas uma a uma. As que não estão no tamanho ideal são direcionadas para outros produtos. No lugar do caroço, entra o recheio cremoso de chocolate meio amargo. Metade é banhada no chocolate e pintada à mão com um pó dourado comestível. “São horas e horas a fio de trabalho delicadíssimo e totalmente manual. Só quem ama faz isso, e eu sou completamente apaixonada, faço com o maior amor do mundo”, diz Gilma.
A tâmara deixa de ser fruta de dieta e se torna joia nas mãos de Gilma e Júlia. O dourado remete ao luxo do Oriente, mas também à singularidade das tâmaras, vendidas como especiais e exclusivas.
A tâmara deixa de ser fruta de dieta e se torna joia nas mãos de Gilma e Júlia. O dourado remete ao luxo do Oriente, mas também à singularidade das tâmaras, vendidas como especiais e exclusivas.
As embalagens refletem o conceito. Se as pessoas chamam os doces de joias, nada mais adequado do que caixas que podem virar porta-joias. “Pensamos em uma embalagem que não fosse descartável, que, de tão especial, a pessoa queira guardar e reviver aquele momento”, informa Júlia.
As tâmaras jumbo também são recheadas com chocolate sem açúcar e castanhas (pará, caju e nozes) trituradas. Para ampliar o mix de produtos, elas ainda transformam as frutas em pequenas esferas cobertas de chocolate meio amargo e colocam por cima de lascas de chocolate com flor de sal. Tudo com acabamento dourado. A torta de tâmara com chocolate é lançada apenas em datas especiais.
A Mosque começou em Divinópolis, onde Gilma mora, mas já está de mudança para Belo Horizonte. Toda a produção ficará concentrada em um espaço no Bairro Lourdes, onde elas planejam, no ano que vem, abrir uma loja para vender os doces com tâmara.
Serviço
Mosque (@mosqueoficial)
Vendas pelo telefone (37) 99833-7007 e pelo site