O barista brasileiro de renome mundial, Boram Um, de 32 anos, se encontra em uma encruzilhada. Depois de anos dedicando-se intensivamente a competições, ele alcançou o auge em 2021, ao vencer o Campeonato Mundial de Barista. Este feito, inédito para o Brasil desde a criação do torneio, em 2000, interrompeu a rotina incessante de treinos de Boram. Agora, o desafio é definir o próximo passo.
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Em 2021, Boram estava confiante de que seria diferente. E estava certo. Em junho, ele triunfou em Atenas, onde ocorreu o World Barista Championship. O anúncio dos vencedores foi feito pelo brasileiro Edgard Bressani, autor do "Guia do Barista" e responsável por trazer os campeonatos de barista para o Brasil no início dos anos 2000.
Boram, descrito como "dedicado" e "focado", treinava até 12 horas por dia para as competições. Agora, com o título mundial em mãos, ele planeja usar sua influência para promover o café brasileiro.
O campeão também pretende se concentrar no trabalho na cafeteria da família, a Um Coffee Co., em São Paulo. "Quero ajudar a elevar a qualidade do café brasileiro", afirma Boram.
No campeonato mundial, Boram apresentou três bebidas: um espresso, uma bebida com leite e um coquetel. Para o espresso, ele usou um café da variedade geisha do Panamá. Para a bebida com leite, ele usou uma mistura de grãos do Panamá (70%) e do Brasil (30%). Seu coquetel era 100% café brasileiro.
A partir de agosto, Boram embarcará numa série de compromissos internacionais como parte de suas responsabilidades de campeão. Ele espera mudar a percepção negativa do café brasileiro que encontrou em suas viagens de 2015. "Quero que o Brasil seja reconhecido como produtor de café de qualidade", conclui Boram.