Jornal Estado de Minas

CAFÉ NO CENTRO

Nova cafeteria do Edifício Maletta serve pães, sanduíches e doces

O Edifício Maletta, no Centro de Belo Horizonte, é conhecido pela diversidade. Lá você encontra petisco, prato feito, hambúrguer, comida vegana. Mas faltava uma cafeteria. Rodrigo Furtini ocupou esse espaço há menos de um mês: transformou a padaria Pão do Furtini em um lugar para tomar café. Com mesas na varanda, tem vista privilegiada para a torre e os vitrais coloridos do Museu da Moda.




O sonho da cafeteria é antigo. Quando montou uma galeria de arte no Maletta, seu plano era ter um espaço para servir café. Mas o projeto não foi adiante. Há cinco anos, Rodrigo deixou o trabalho como designer gráfico para virar padeiro, em casa. Na pandemia, o inquilino devolveu a loja e ele levou a produção de pães para o espaço, que também virou ponto de retirada de encomendas e sala de aula.

“Todo mundo batia na porta querendo se sentar para comer. Decidi reformar a loja e aproveitei a oportunidade para atender a essa demanda. No Maletta não tinha nenhuma cafeteria”, conta Rodrigo, que sempre gostou da ideia de ocupar o prédio. Segundo ele, lá é um lugar muito democrático, que mistura desde sebo e cabeleireiro a bar e restaurante vegano, além de ser importante para a história da cidade.

Pão de massa folhada, o danish aparece com recheio de creme de ricota e tomates confitados (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)
A sua loja, inclusive, marcou a história da música brasileira. Nos anos 1960, funcionou como clube de jazz, o Berimbau Club, onde tocava o Berimbau Trio, formado por Milton Nascimento, Wagner Tiso e Paulo Braga. De vez em quando, alguém aparece na porta para conhecer o lugar que testemunhou o início do Clube da Esquina. Rodrigo planeja colocar uma placa para homenagear o grupo.



Quando você entra na cafeteria, já dá de cara com a vitrine. Disputam os olhares famintos pães, sanduíches e doces. Na parede do fundo, o letreiro iluminado “pão que nasce torto nunca se endireita” costuma arrancar risadas. Apaixonado por axé, Rodrigo fez essa brincadeira com a música do grupo “É o Tchan!”. O espaço interno tem três mesas e um balcão. Do lado de fora, os disputados lugares na varanda.

O cardápio muda todos os dias. Por isso, o mais recomendado é olhar o que tem na vitrine. Eles produzem tudo, diariamente, e estão sempre inventando receitas.

É quase certo que você vai encontrar o pão de queijo da casa, feito com queijo canastra, assim como os sanduíches. Tem o de focaccia com mortadela, creme de ricota e rúcula e o de baguete com salaminho temperado, creme de ricota e rúcula.

Toda sexta sai a fornada dos folhados, então é um ótimo dia para comer croissant. Com a mesma massa folhada, Rodrigo cria receitas de danish. Esse tipo de pão é quadrado e tem uma cavidade para colocar o recheio, que pode ser salgado ou doce. Para você ter uma ideia, já apareceram geleia de mexerica e creme de ricota com tomates confitados.



Mistura de croissant e muffin, o cruffin vai para o lado doce. Os clientes gostam muito de creme de avelã e brigadeiro de paçoca.

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Não costuma faltar o cinnamon roll (enroladinho de canela). Entre os doces, é um dos que mais fazem sucesso. “Molhamos com calda de caramelo e esquentamos na hora de servir para a pessoa comer quentinho”, explica. Também tem muita saída o bostok, pão de brioche embebido em calda de laranja com creme de castanha de caju e lâminas de amêndoas. Fica com crosta crocante e recheio suculento.

Pastel de Belô

Na parte da confeitaria, a criação também é livre. Um dia pode ter pavlova, no outro tartelete de chocolate com caramelo. Chama a atenção o pastel de Belém, apelidado carinhosamente de pastel de Belô. “Belém está longe, então chamamos é de Belô”, brinca Rodrigo.

Dependendo do dia, você encontra no balcão tarteletes de chocolate com caramelo e limão (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press)
Cookies, bolos, brownies e brigadeiros reforçam o lado doce da vitrine. No festival “Vem pro Maletta”, que movimentou o prédio no início do mês, a cafeteria participou com o trio de brigadeiros (café, croissant e queijo) Berimbau Trio, em homenagem aos músicos que fizeram história na loja. 



Para acompanhar doces e salgados, cafés especiais do Sul de Minas. As opções são coado, espresso, cappuccino e macchiato.

As fornadas continuam a sair às quartas e sextas, a cada dia com uma seleção diferente de pães. “Vou mudando para não ficar repetitivo e a pessoa sempre encontrar novidade”, justifica.

Os pães ficam expostos em prateleiras, prontos para retirada. O mais vendido é o sourdough de queijo canastra. Dependendo do dia, essa mesma base pode ter cúrcuma com chia e crosta de semente de girassol ou chocolate com figo e castanhas. A focaccia aparece com a básica combinação de sal e alecrim e dá o ar da graça com molho de tomate e calabresa.

Os clientes também podem levar para casa baguete, brioche e o pão Petrópolis (massa à base de leite, famoso no Rio de Janeiro, que fica bem na chapa com manteiga e no misto quente).

A Pão do Furtini funciona de quarta a sábado. Recebe para café da manhã, cafezinho depois do almoço com sobremesa e lanche da tarde. Desde que mudou a operação, muitos clientes que vão buscar as encomendas param para tomar um café. Em agosto, Rodrigo vai inaugurar uma segunda unidade da cafeteria, o Café Jardim, no Bairro Cidade Jardim, que vai servir brunch aos fins de semana.

Serviço

Pão do Furtini (@paodofurtini)
Rua da Bahia, 1148 – sobreloja 06, Centro
(31) 98473-8820