Nesta quinta-feira (17/8) celebramos o dia do pão de queijo, delícia que faz parte da identidade do mineiro de todas as regiões do estado. O alimento, por mais que já tenha se expandido internacionalmente, é um clássico no lanche do mineiro, sempre acompanhado com um cafezinho. Em entrevista ao Estado de Minas, a autora do livro “Receita de Mineiridade: a cozinha e a construção da imagem do mineiro”, explica como o quitute molda até hoje a imagem do mineiro.
Mônica Abdala, autora do livro e professora titular aposentada de Ciências Sociais pela UFU fala sobre as muitas versões da origem do pão de queijo. A especialista concorda que o quitute surgiu na região do Triângulo Mineiro, mas são inúmeras as hipóteses de origem. Alguns dizem que a receita veio da França, do Mato Grosso do Sul, outras de missões jesuítas, e por aí vai.
A professora explica que, independentemente da expansão e das hipóteses de origem, o alimento une os mineiros, marcando identidades. Isso porque o quitute se tornou presente no dia a dia do mineiro e, principalmente, um símbolo de hospitalidade servido nos lares de Minas.
“Aqui em Minas o pão de queijo assumiu a centralidade no cotidiano, no bem receber, se tornou um dos elementos que os mineiros reconhecem como seu, no seu cotidiano, da sua história, da sua memória, da sua experiência. Isso é importante, isso ajuda a atribuir significados”, comenta a especialista.
Mônica exalta a versatilidade do alimento, hoje com versões veganas, integrais, de fácil preparo etc, e explica que tradição não é aquilo que permanece no original, e sim aquilo que tem que continuar sendo cultivado. Tradição é dinâmica.
“Vem uma pessoa de fora do país, ela quer comer pão de queijo, então, são as coisas que permaneceram na memória. O significado é muito importante, o significado atribuído é que nos faz nos reconhecermos em determinados pratos.” conclui.