O personagem Tim Drake foi criado para suprir a necessidade do Batman de ter um parceiro, e nunca realmente encontrou seu lugar nos quadrinhos. Como terceiro Robin, o carismático Tim sempre colocou a necessidade de outros acima das suas, mas sempre com questionamentos sobre si mesmo.
Mas a HQ "Batman: Urban Legends #6" vem para contar uma história sobre identidade e descobertas, e uma delas é sobre seus sentimentos pelo amigo Bernard Dowd.
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Após essa declaração, Drake inicia uma série de reflexões sobre personagens que queriam saber o que ele queria e sentir que as respostas estavam fora de seu alcance até aquele momento. A HQ termina com Tim indo à casa de Bernard e aceitando um convite pra um encontro.
A autora Meghan Fitzmartin, em entrevista à Polygon, declarou que "queria fazer uma homenagem ao fato de que a sexualidade é uma jornada. Para deixar claro, seus sentimentos por Stephanie foram 100% reais, assim como seus sentimentos por Bernard. No entanto, Tim está se descobrindo. Não acho que ele tenha uma linguagem para tudo isso... ainda."
Leitores de diversas partes do mundo foram às redes sociais para comemorar o novo passo na história do personagem, que desde sua criação foi alvo de comentários e especulações sobre sua sexualidade.
Grandes mudanças para Tim Drake
Não é a primeira vez que a DC Comics, editora responsável pela criação da história, se abre para a representatividade nos quadrinhos. Tim Drake é mais um personagem que vem para fortalecer a busca por pluraridade, junto com Batwoman, Arlequina e Hera Venenosa.
Em seu site oficial a DC fez uma declaração intitulada "Grandes mudanças para Tim Drake": “Mas isso não deveria ser surpresa. De volta aos anos 1940, Robin foi criado com a intenção de ser um substituto do leitor — um personagem que o público poderia se projetar, combatendo o crime nos telhados por baixo das enigmáticas asas do Batman. Há Robins femininas, negros, ricos, pobres. Por que um leitor LGBT%2b, especialmente um abertamente ostracizado pela própria cultura dos quadrinhos por tantas décadas, deveria se sentir menos digno da mesma relação de representação?”
Na declaração, a DC também relembra o preconceito e resistência do público, principalmente dos pais e figuras de autoridade, que condenavam editoras de quadrinhos por criarem personagens LGBT como forma de corrupção da juventude americana e a importância da representatividade nas HQs que não fosse apenas interpretação ou ponto de vista, mas que esteja clara e embasada.
A HQ Batman Urban Legends, escrita Meghan Fitzmartin e ilustrada por Belen Ortega, ainda não tem previsão se ser lançada no Brasil.