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Estado de Minas VISIBILIDADE TRANS

Atriz de The Crown se assume Queer: 'existo num lugar entre as duas coisas'

Emma Corrin, que interpreta a princesa Diana em "The Crown", ganha visibilidade no cenário LGBTQIA+


18/08/2021 12:44 - atualizado 18/08/2021 14:19

 

Atriz Emma Corrin como Princesa Diana em 'The Crown'
Atriz Emma Corrin como Princesa Diana em "The Crown" (foto: Netflix)
 

 

A atriz Emma Corrin ficou mundialmente famosa pela sua interpretação da Princesa Diana na série The Crown, da Netflix. Mas recentemente ela vem se destacando cada vez mais no cenário LGBTQIA+

 

Tudo começou em maio, quando Emma publicou uma foto com a legenda "Sua noiva queer favorita" e, em julho, fez uma postagem vestida com uma faixa de boxe nos seios e descrevendo na legenda que a foto foi tirada alguns meses antes de comprar uma faixa apropriada e agradecendo o fotógrafo: "obrigada por capturar isso. Muito íntimo, muito novo, muito legal. É tudo uma jornada, certo? Muitas voltas e reviravoltas e mudanças e tudo bem! Abrace isso".


 

Em entrevista para o canal britânico ITV News, sobre seu trabalho na peça ANNA X, Emma falou abertamente pela primeira vez sobre o assunto. “Acho que a visibilidade é a chave dessas coisas. Minha jornada foi longa e ainda tenho um longo caminho a percorrer. Estamos acostumados a nos definir. É assim que a sociedade funciona dentro desses binários e levei muito tempo para perceber que existo em algum lugar entre as duas cosias e ainda não tenho certeza de onde”, declarou a atriz.

 

Emma relata que, em um primeiro momento, ao se expor nas redes sociais, tinha receio de como seria a recepção das pessoas: “Quando comecei a postar sobre isso, foi muito assustador e revelador e eu não tinha certeza se era a coisa certa a fazer, mas o sentimento que tive de outras pessoas na comunidade queer foi maravilhoso. É um sentimento incrível de solidariedade, é um sentimento lindo estar entre esse tipo de coisa”, disse.

 

Emma Corrin em entrevista ao canal britânico ITV News
Emma Corrin em entrevista ao canal britânico ITV News (foto: Reprodução - ITV News)

 

A atriz ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Série de Drama pela sua atuação em "The Crown", tornando-se a primeira pessoa não-binária a ganhar o prêmio. Além disso, Emma está indicada  na mesma categoria no Emmy Awards, que será realizado no dia 19 de Setembro, junto com Mj Rodriguez, a primeira pessoa trans concorrer ao prêmio, pela atuação em "Pose".

 

MUDANÇAS NAS PREMIAÇÕES

Essa é mais uma das conquistas pela diversidade que vem ocorrendo nas premiações em todo o mundo. A edição desse ano do Emmy Awards bateu recorde de diversidade e inclusão, com 43 indicados nas categorias de atuação sendo não brancos, com o musical Hamilton emplacando seis dessas indicações e a série de terror "Lovecraft Country" liderando essa inclusão, com 18 indicações de atores negros. Além disso, há a indicação de cinco roteiristas LGBTQIA , 59 indicações de roteiristas mulheres e a indicação de Pose na categoria de Melhor Série de Drama e Melhor Ator.

 

As duas maiores premiações do mundo do cinema, o Oscar e o Globo de Ouro, também vêm sofrendo mudanças nos últimos anos. Depois do movimento #OscarsSoWhite, que, em 2016, expôs que dos 6 mil membros da academia 93% eram brancos e 76% eram homens, a instituição anunciou que pretendia dobrar o número de mulheres e integrantes de origens diversas até 2020. 

 

A promessa surtiu efeito. A edição de 2021 foi marcada como o "Oscar da Mudança". Pela primeira vez, duas mulheres disputaram o Oscar de Melhor Direção, com o prêmio indo para as mãos da chinesa Chloé Zhao, a primeira cineasta não branca a ser indicada na categoria.

 

O Oscar 2021 também foi marcado pelas indicações na categoria de melhor ator, com Steven Yeun, por “Minari – Em busca da felicidade”, o primeiro asiático-americano a concorrer na categoria, e Riz Ahmed, por “O som do silêncio”, o primeiro muçulmano. Outras nomeações importantes para a diversidade foram as indicações do curta “Feeling through” , o primeiro protagonizado por um ator surdo e cego, e do longa “O som do silêncio", que  também abordou o tema da surdez e concorreu à melhor filme.

 

Já a premiação do Globo de Ouro desse ano foi marcada pela polêmica gerada pela publicação no jornal "Los Angeles Times" que denunciava que não havia integrantes negros na Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA), entidade que elege os ganhadores da premiação. Em maio foram votadas mudanças para ampliar o recrutamento de jornalistas negros e estrangeiros. "A votação esmagadora de hoje para reformar a associação reafirma nosso compromisso com a mudança", afirmou o presidente da HFBA, Ali Sar, em nota.



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