Criado no dia 26 de agosto de 1973 nos Estados Unidos, o Dia Internacional da Igualdade Feminina ganhou uma importância ainda maior neste ano. Após quase 18 meses de pandemia da COVID-19, as mulheres brasileiras viram direitos conquistados após luta e resistência retrocederem décadas.
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No primeiro trimestre deste ano, 14,8 milhões de brasileiros estavam desempregados, conforme estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).
As mulheres eram a maioria, com 54,5% do quantitativo total: representavam 8,06 milhões, enquanto os homens, 6,73 milhões.
O período - primeiro trimestre - é o único divulgado de 2021 pelo IBGE até agora. Mas em 2020 o cenário era semelhante: no terceiro trimestre daquele ano, quando foi atingida a taxa de desocupação mais alta da série histórica iniciada em 2012, elas foram as mais afetadas.
Enquanto os homens registraram um índice de 12,8% de desemprego, as mulheres alcançaram 16,8%.
Luta histórica - e ainda atual
Mais impactadas pela pandemia, elas já estão acostumadas com as adversidades. Para se ter uma ideia, as brasileiras só conquistaram o direito de exercer uma profissão em 1962. Até então, o trabalho feminino estava sujeito à autorização do marido pelo Artigo 242 do Código Civil brasileiro de 1916, revogado há 59 anos.
O ato de votar só foi conquistado em 1934, quando a Constituição Federal passou a prever o direito. Nos Estados Unidos, onde foi criado o Dia Internacional da Igualdade Feminina, tal direito foi adquirido antes, no dia 28 de agosto de 1920.
A pandemia mostra, na prática, que a data criada na década de 1970 ainda está atual, principalmente com os retrocessos de conquistas. O acesso a direitos civis, condições igualitárias de trabalho e representatividade política ainda precisa ser reivindicado por elas.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Ricci