Na mesma semana em que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, criticou a presença de crianças deficientes em salas de aula, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geograifa e Estatística (IBGE), revelou o tamanho da lacuna educacional desse contingente da população brasileira.
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Na mesma terça-feira, foram abertas as Paralimpíadas de Tóquio, um dos mais emblemáticos exemplos mundiais de inclusão de pessoas com deficiência. E embora os atletas brasileiros tenham bom desempenho nos jogos, a PNS mostrou que a realidade cotidiana do país é bem mais dura.
A pesquisa revela que o déficit educacional desse contingente da população se reflete diretamente no mercado de trabalho. Apenas 28% das pessoas com deficiência e em idade de trabalhar estavam na força de trabalho (que inclui os ocupados e os que estão buscando emprego), contra 66% daquelas sem deficiência.
"Esta menor participação na força de trabalho ocorre em todas as grandes regiões do País, mas é ainda mais acentuada nas regiões Sul e Sudeste", afirmou a pesquisadora do IBGE Maíra Lenzi, que apresentou os resultados.
Segundo o IBGE, os brasileiros com alguma deficiência somam 17,3 milhões de pessoas ou 8,4% da população em geral. Cerca de 3% tinham deficiência visual; 1% apresentavam deficiência auditiva (sendo que apenas a minoria dominava a Língua Brasileira de Sinais); e outros 1% tinham deficiência mental. Cerca de 3% apresentavam deficiência física dos membros inferiores e outros 2% dos membros superiores.