Nesta terça-feira, 31 de agosto, Costa Rica sediará as comemorações do primeiro Dia Internacional para Pessoas de Descendência Africana. O evento terá palestras, seminários, fóruns e atividades artísticas e culturais com transmissão ao vivo para todo o planeta.
A data foi estabelecida por proposta da Costa Rica na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), realizada em dezembro de 2020. "A comemoração surge para promover o respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais dos afrodescendentes, contribuir para a eliminação de todas as formas de discriminação e promover o patrimônio diversificado e as contribuições extraordinárias da Diáspora Africana."
Ao estabelecer um dia para o reconhecimento dos descendentes de povos africanos, a ONU visa reparar e reconhecer o dano causado durante o período das colonizações, em especial por Portugal, com o tráfico de humanos para escravização. A medida pretende promover igualdade e respeito para todos os povos, em especial os afrodescendentes, destacando as contribuições históricas para cada país.
O período colonial é reconhecido pela entidade como um dos "capítulos mais sombrios da história da humanidade" e geram desigualdade e preconceito até os dias atuais.
DIÁSPORA NO BRASIL
O Brasil foi o país no mundo onde mais perdurou o sistema escravista. Em mais de três séculos, o país escravizou cerca de 4 milhões de negros trazidos forçosamente de países africanos bem como descendentes. O tráfico de pessoas foi iniciado por Portugal em 1444 e o Brasil se tornou um dos principais países a receber os navios negreiros. A escravização nunca foi um processo pacífico, foi marcado por violência física e simbólica contra os negros.
No entanto, ocorrem muitas insurreições até que até o fim legal da escravidão com a instituição da Lei Áurea, em 1888. Os quilombos são parte importante dessa resistência. O legado dos povos que vieram da África para o Brasil é fundamental para a cultura do país.
*estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz