Ao se referir ao 7 de setembro, é provável, automaticamente, se lembrar do grito "Independência ou morte”, proferido por D. Pedro I à beira do rio Ipiranga. O fato inclusive abre o Hino Nacional e foi gravado na memória dos estudantes pela pintura de Pedro Américo que leva a frase do imperador como título.
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Na época, o governo enfrentava grande instabilidade devido aos abusos que a coroa portuguesa infligia na então colônia, com altas nos impostos e envio de tropas ao Brasil, gerando insatisfação na população, em especial a classe comerciante e agrária.
Em uma tentativa de apaziguar os ânimos dos brasileiros, Pedro de Alcântara partiu em viagem à São Paulo, deixando Maria Leopoldina no Palácio Imperial como regente interina. Ao receber uma ordem expressa da Coroa Portuguesa exigindo o retorno imediato de Dom Pedro a Portugal, Leopoldina junto a um Conselho de Ministros declarou a independência do Brasil que posteriormente foi ratificada pelo regente.
Há um movimento que vem ganhando força para resgatar os demais pontos de vista dos acontecimentos históricos e questioná-los. Há reação de quem defende os valores patriarcais numa tentativa de manter a invisibilidade não apenas das mulheres mas também de negros, indigenas e demais minorias.
MULHERES NA POLÍTICA BRASILEIRA
Não foi apenas Maria Leopoldina que teve os feitos postos de lado na história oficialmente ensinada nas escolas brasileiras. Assim como em outras partes do mundo, as mulheres costumam ser colocados no papel de mães, esposas ou filhas. São papéis importantes, no entanto, elas também tiveram protagonismo na política brasileira.
Em 1928, quatro anos antes da conquista do direito ao voto pelas mulheres no Brasil, Alzira Soriano não apenas votou como foi a primeira mulher eleita prefeita de uma cidade brasileira. Aos 32 anos venceu as eleições municipais da cidade de Lages, no Rio Grande do Norte.
Bertha Lutz, foi a segunda mulher a ocupar um cargo público no Brasil e lutou ferozmente pelo direito ao voto, conquistado em 1932 no governo de Getúlio Vargas, e pela emancipação das mulheres brasileiras. Bertha também foi responsável pela criação da Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher, da União Universitária Feminina e da Liga Eleitoral Independente. Em 1975 foi convidada a fazer parte da delegação brasileira no primeiro Congresso Internacional da Mulher.
Almerinda Farias, natural de Maceió, mudou-se para o Rio de Janeiro em 1929 aos 30 anos para ingressar na luta feminista. Formada em advocacia, foi uma das primeiras mulheres negras a atuar na política brasileira e, junto com Carlota Pereira de Queirós, a primeira deputada federal do Brasil e da América Latina, foram as únicas mulheres a participar da Assembléia Nacional Constituinte de 1933. Em 2016 a prefeitura de São Paulo criou o Prêmio Almerinda Farias Gama, que premia iniciativas com foco na população negra.
Benedita da Silva Souza Sampaio foi a primeira mulher negra eleita senadora do Brasil em 1995. Feminista e ativista do Movimento Negro, Benedita além de senadora foi vereadora, vice-governadora e governadora do Rio de Janeiro entre 1999 e 2002 e atualmente é deputada federal pelo Rio de Janeiro.
Em 2011, Dilma Rousseff se tornou a primeira mulher a ocupar o cargo mais alto da política brasileira e exerceu o cargo de presidenta do Brasil até seu impeachment em 2016.
Segundo o site do Governo Federal, a participação das mulheres na política bateu recorde nas últimas eleições. Apesar disso, ainda há um longo caminho a ser percorrido para equiparar a representação feminina na política em relação aos homens, que ainda são presença majoritária em todas as esferas de poder.
*estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz