Mais de 5 mil mulheres de 172 povos indígenas participaram de ato em Brasília, nesta manhã (10). Na 2ª Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, com o tema “Mulheres originárias reflorestando mentes para a cura da terra”, elas partiram do acampamento, na Funarte, em direção à Praça do Compromisso.
Além de promover um espaço de encontro e debate das questões feministas que envolvem a vivência das mulheres indígenas, a marcha organizada pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), posiciona-se contra a tese do Marco Temporal. A proposta segue em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) desde o dia 26 de agosto.
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) destaca que o julgamento não só define uma tese para o futuro das demarcações das terras. "Também decidirá sobre o futuro de nossas vidas e da nossa continuidade existencial enquanto povos originários desse país. Pois não há como falar de terras, construir uma tese sobre terras indígenas, sem considerar a vida dos povos indígenas, e não há como falar de vida, sem a proteção dos nossos territórios”, escreve.
A primeira Marcha Nacional das Mulheres Indígenas, com o tema "Território: nosso corpo, nosso espírito", ocorreu em setembro de 2019. Em 2020 foi decidido que a Marcha não seria organizada para a proteção do povo indígena devido à pandemia de Covid-19.