Jornal Estado de Minas

RACISMO

Ator baiano denuncia racismo em raio-x de aeroporto em Recife



O humorista e ator Sulivã Bispo denunciou o caso de racismo sofrido por ele, nesta quinta-feira (09/09), no Aeroporto Internacional de Recife, em Pernambuco. Segundo o artista, o agente do aeroporto o revistou três vezes, exigiu que tirasse o sapato e que soltasse o cabelo para que pudesse passar pelo detector de metais.





 

Sulivã perguntou ao agente os motivos da abordagem diferente e exigente em comparação com outros passageiros. “Quando questionei-o sobre o modo exagerado da abordagem ele me disse que era um protocolo de segurança”, apontou Sulivã em sua rede social. De acordo com o ator, o agente ainda coçou o seu couro cabeludo, como se estivesse à procura de algum produto ilícito. 

 

 

 

Em outra publicação, feita em rede social nesta sexta, o ator desabafou sobre o caso e questionou se esse seria um protocolo normal, em que todos os passageiros passam também.

 

 

 

"O raio-x sempre encontra e enxerga o corpo preto de um jeito diferente", declara Sulivã no vídeo.

 

Em nota, a assessoria do aeroporto lamentou a situação e relata que a direção do local vai realizar a abertura de um processo interno para averiguar com mais detalhes o ocorrido.





 

Caso não é isolado

 

Douglas Souza e seu namorado Gabriel. (foto: Reprodução/ Instagram)
 

 

O atleta da seleção brasileira de vôlei Douglas Souza também relatou nesta semana um caso de discriminação que sofreu em aeroporto. Em viagem que realizava para a Itália, em decorrência de sua contratação para o time italiano Vibo Valentia, Douglas e seu namorado Gabriel sofreram homofobia por parte dos agentes do aeroporto. De acordo com o atleta, o tratamento recebido mudou quando descobriram que Gabriel era seu companheiro e que viajavam juntos.

 

“Quando eu falei que ele era o meu namorado, a fisionomia do atendente mudou na hora e o tratamento dele também. Ele perguntou o que o Gabriel ia fazer lá e aí eu falei que ele era meu namorado, mostrei o documento que a gente tem uma união estável”, comentou Douglas em sua rede social.

 

Além disso, o atleta mencionou que após a mudança de tratamento, os dois ficaram por mais de cinco horas sem orientações aguardando o atendimento dos agentes. Douglas também mencionou perceber casos de racismo com outras pessoas, que também recebiam tratamento diferente e mais demorado do que outros passageiros.

 

*estagiário sob a supervisão de Márcia Maria Cruz 

audima