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Michaela Coel se torna a 1ª mulher negra a ganhar o Emmy de melhor roteiro

A atriz criou a série "I may destroy you", que debate o limite entre o consentimento e o abuso sexual


20/09/2021 11:47 - atualizado 20/09/2021 12:35

Michaela Coel é a primeira mulher negra a ganhar o Emmy por melhor roteiro em minissérie
Michaela Coel é a primeira mulher negra a ganhar o Emmy por melhor roteiro em minissérie (foto: Rich Fury)

 
Na noite de domingo (19/09),  Michaela Coel fez história no Emmy ao se tornar a primeira mulher negra a ganhar o prêmio de melhor roteiro de minissérie pela obra britânica “I may destroy you”, da HBO. Michaela também atuou na série como produtora, diretora e protagonista.

“Escreva o conto que te dá medo e insegurança, que é desconfortável. Eu te desafio, num mundo que fica tentando nos atrair para várias coisas diferentes. Não tenha medo de desaparecer só por um tempo e veja o que vem para você no silêncio”, disse no discurso de agradecimento. Ela dedicou a história às sobrevivents de abuso sexual. 
 
A vencedora do Emmy se baseou em experiências pessoais para escrever a trama. Enquanto ainda trabalhava no roteiro da segunda temporada de  Chewing Gum, Michaela foi a um bar com um amigo e lá acabou sendo dopada e abusada sexualmente. Sem muitas memórias do ocorrido, a escrita se tornou um refúgio e uma forma de lidar com o trauma. 

“I may destroy you” é composta por 12 episódios e acompanha a trajetória de Arabella Essiuedu, uma escritora que se torna um fenômeno entre os jovens. Em uma saída com amigos, a protagonista passa pelo mesmo trauma de Michaela, que interpreta a personagem e empresta a ela toda a carga emocional e profundidade dramática ao papel. 

Série 'I may destroy you' aborda o trauma pelo abuso sexual
Série "I may destroy you" aborda o trauma pelo abuso sexual (foto: Divulgação: HBO)

A obra aborda principalmente o abuso sexual, o limite entre o consentimento e o abuso, mostrando situações que, muitas vezes, a violência passa batida. Ela  mostra a necessidade de refletir sobre o trauma e as dificuldades de lidar com esse tipo de situação.
 

Além da atuação de Michaela, a série se destaca por diversos motivos. O elenco majoritariamente negro se desprende das produções americanas e entrega a vivência da população negra em Londres, sua cultura e particularidades.
 
A obra também apresenta personagens LGBTQIA%2b, a influência das redes sociais nas contemporaneidade, assim como a dualidade  delas:  refúgios para o usuário ou espaço de ataques. A montagem apresenta cortes rápidos para evidenciar a agilidade da vida nos dias de hoje e valoriza a presença da amizade verdadeira em nossas vidas.


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