O Brasil enviou, pela primeira vez na história, três diplomatas negros a Washington, nos Estados Unios. Os embaixadores são Marise Ribeiro Nogueira, Jackson Luiz Lima Oliveira e Ernesto Batista Mané Júnior.
Os três ingressaram no Itamaraty por meio do Programa de Ação Afirmativa (PAA), criado em 2002 e coordenado pelo Instituto Rio Branco. A iniciativa visa contemplar candidatos negros com uma bolsa de R$30 mil para se prepararem para o Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata (CACD).
Marise, nascida no Rio de Janeiro, foi a primeira contemplada pelo programa a ser aprovada no CACD. Hoje ela ocupa o cargo de conselheira, dois abaixo do de embaixadora, no setor de Direitos Humanos e Cidadania. Formada em medicina, a bolsa do PAA possibilitou que estudasse inglês, francês e finalizasse o mestrado.
Ernesto nasceu em João Pessoa e depois de ser garçom, professor de inglês, programador e pesquisador ele seguiu suas duas paixões: física e diplomacia. O diplomata é doutor em física nuclear pela Universidade de Manchester, tem dois pós-doutorados (um pelo Laboratório de Física Nuclear e de Partículas do Canadá e outro pela Universidade Princeton, nos EUA). Ele atua como pesquisador no Cern. Devido à formação em física nuclear Ernesto, atua na área de desarmamento e não-proliferação de armas de destruição em massa.
Jackson Luiz é natural de Santo Antônio de Jesus, na Bahia, e antes de ingressar na carreira diplomática, foi ajudante de pedreiro até se formar em letras-inglês pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Além de servir na Nigéria e na Zâmbia, Jackson foi assessor no Departamento da África do Itamaraty.
Atualmente faz parte da Organização dos Estados Americanos (OEA). Ele trabalha com temas relacionados ao desenvolvimento integral e faz mestrado na Universidade George Mason sobre paz e resolução de conflitos.
*estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz