Maria Freitas é mineira do interior, com vivências e memórias nas pracinhas, igrejas e outros espaço típicos deste cenário. Mas, ao mesmo tempo, a ficção científica esteve presente em seus pensamentos. E o cenário acolhedor das cidades de Minas é palco de seu projeto literário “Emma, Cobra e a garota de outra dimensão”, que acompanha a história de jovens bissexuais lidando com superpoderes no interior do estado.
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“Emma descobriu que tem um superpoder. E estava tudo bem, até que, meses depois, ela começou a ouvir uma voz vinda de dentro de sua parede. Enquanto isso, seu ex-amigo Cobra está se divertindo ao ouvir os pensamentos dos colegas e ficar por dentro de todas as fofocas da cidade", inicia a sinopse do livro.
"Mas com grandes poderes vêm grandes... dores de cabeça, e agora os dois vão ter que se unir para ajudar uma garota que veio de outra dimensão”, complementa.
O livro físico vai entrar em pré-venda no site da editora no dia 29 de setembro. E, após o lançamento, estará disponível também em e-book.
Vida de escritora
A autora é vencedora do prêmio Mix Literário em 2020 e as obras publicadas por ela somam mais de 1 milhão de páginas lidas e mais de 125 mil downloads na Amazon.
Com a mente criativa desde a adolescência, Maria revela que a vontade só surgiu de fato na faculdade.
“Desde adolescente ficava sonhando com cantores e super-heróis vivendo grandes amores impossíveis e aventuras no espaço. Mas a vontade de escrever um livro só surgiu quando eu estava na faculdade de jornalismo, em uma aula de semiótica", conta.
"Depois disso, fui ficando cada vez mais apaixonada pelo poder que a escrita tem de dar significado para as coisas”.
Apaixonada por séries como Doctor Who, Star Trek e por tudo o que tiver ET, viagem no tempo ou no espaço, dimensões paralelas e afins, inspiração não faltou para “Emma, Cobra e a garota de outra dimensão”.
O primeiro livro surgiu em 2017. Em 2021, ela divulga a coleção de contos com protagonismo bissexual "Clichês em rosa, roxo e azul" (leia mais abaixo).
“Costumo dizer que escrevo para tirar de dentro de mim todas as histórias que invento. Tudo o que eu vejo e entendo sobre viver em sociedade vem de uma cultura de interior, sabe? Sempre que penso em uma história, eu penso na minha rua, na igreja, na pracinha, na escola onde estudei. Foi muito natural escrever uma aventura num lugar como a minha cidade”, diz Maria.
Representatividade Bissexual
Um ponto em comum nas histórias de Maria Freitas é a representatividade bissexual, inspirada nas próprias vivências. Então, no fim de 2019, ela escreveu um conto por mês em 2020 que tivesse protagonismo bi, o que resultou na coleção “Clichês em rosa, roxo e azul''.
A escritora afirma que a representatividade bissexual ainda não é vista, pois existem visões muito estereotipadas do que é ser bissexual.
“Mas eu acredito que, ao menos na literatura jovem, estamos dando passos importantes para que a bissexualidade seja retratada de forma mais aprofundada. Hoje, alguns dos livros mais vendidos do Brasil têm protagonismo bissexual", diz.
"Então eu realmente acredito que estamos andando, embora longe de 'chegar lá'", finaliza a artista mineira.