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UM VIADUTO DE POSSIBILIDADES
Um viaduto é uma ligação entre dois pontos no qual o acesso de um para o outro é dificultado de alguma forma. O Viaduto das Artes nasceu com a missão de proporcionar acesso à arte e cultura para a comunidade do Barreiro.
Leandro Gabriel, escultor nascido e criado no Barreiro que idealizou a instituição, conta: “Isso aqui foi um sonho que ninguém acreditava. Imagina há 15 anos você falar que vai mudar a realizada de um espaço de uso de drogas para um espaço de arte e cultura”, e completa: “A gente acredita que a arte é transformadora não só de lugares, mas de pessoas”.
Através de muito esforço e trabalho em conjunto com a Assistência Social, a Secretaria de Cultura de Belo Horizonte e patrocínio privado que iniciou o direcionamento da população em situação de rua do local. Os que escolheram permanecer, hoje têm acesso à banheiro e água potável, os acolhendo ao invés de segregar.
O Viaduto das Artes hoje é um espaço com cerca de mil metros quadrados que conta com ateliê, biblioteca, sala de oficinas e uma galeria profissional de alto nível, climatizada, que já recebeu grandes exposições. Além de exposições a instituição oferece oficinas, cursos, palestras, shows e apresentações teatrais para a comunidade.
Leandro conta que “A gente tenta não só descentralizar a arte trazendo para cá, mas a gente tenta buscar as produções que são produzidas no Barreiro e leva-las para fora. Porque descentralizar não é só trazer a arte para cá, é levar o artista de cá para outros lugares, outras instituições de renome”.
O escultor também acredita na replicação do projeto em outros espaços da cidade. “Acho que o mais importante da nossa proposta, para além de descentralizar a arte e a cultura, é mostrar que outros viadutos da cidade podem ter o mesmo destino”, declara.
Hoje o Viaduto das Artes está investindo na construção de uma quadra de areia para oferecer aulas de beach tennis, futebol de areia e vôlei de praia para a população do Barreiro e acredita na formação de jovens que ao se tornarem tomadores de decisões, sejam mais humanizados e valorizem a arte, perpetuando projetos como este.