Jornal Estado de Minas

DIVERSIDADE RACIAL

Inclusão racial: fundo mobiliza igualdade a profissionais negros

  
O Fundo Afrolever arrecadou cerca de R$ 17 milhões que serão destinados à promoção de práticas inclusivas de pessoas negras dentro e fora da empresa.
 
Programas de inclusão de negros no mercado de trabalho levantam o debate sobre a diversidade racial no ambiente profissional. Os programas de estágio a negros e negros da Google Next Step ou dos processos de trainee criados pela Bayer e pela Magalu chamaram atenção. 





Desenvolvido pela Unilever, o fundo foi criado em resposta às mobilizações de funcionárias negras da empresa. Elas formaram, em 2019, o coletivo negro Afrolever para garantir acesso, permanência e atuação de negros e negras em cargos de liderança na empresa, nos programas de atração de talentos e de estágio, além da representatividade em campanhas de marketing e publicidade.

O coletivo Afrolever promove ações para a inclusão e acolhimento de pessoas negras na empresa, como palestras e rodas de conversa sobre raça e negritude. Segundo Gerardo Rozanski, presidente da Unilever Brasil, o Fundo Afrolever  contribuirá para a promoção da igualdade racial na empresa.

"Uma organização com a dimensão e o poder de influência da Unilever tem o dever de trabalhar para que as oportunidades sejam acessíveis a todos de maneira igualitária, para que a representatividade negra aumente em todas as esferas que possamos impactar – do recrutamento às comunidades; das nossas campanhas à cadeia de fornecimento", afirma.





Parcerias para diversificar

Para estruturar as arrecadações do fundo, também foram criados alguns pilares para orientar as atividades. Uma dessas frentes de atuação é a parceria com a Seda, desenvolvendo produtos capilares voltados e específicos a pessoas negras.

Na Unilever, atualmente, 40% dos colaboradores são negros. No quadro de estagiários, 76% das pessoas se autodeclaram negras. No entanto, há uma grande diferença na inclusão racial quando esse cenário é comparado com a realidade brasileira.

Menor remuneração

Em estudo divulgado pela Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, a média do salário de trabalhadores negros foi 45% menor em comparação com o salário de pessoas brancos.

Em cargos de liderança essa desigualdade é ainda mais evidente. De acordo com pesquisa do site VAGAS.com, apenas 0,7% dos cargos considerados mais altos, como gerências e diretorias, são ocupados por negros. Em comparação com cargos operacionais, a população negra representa 47,6% das vagas, segundo a mesma pesquisa.




audima