Em celebração do Dia da Consciência Negra, foi realizado no último sábado (20) o evento Capoeira Cultura Viva, na cidade de Timóteo, no Vale do Aço. O evento ressaltou a identidade cultural afro-brasileira, reunindo lideranças da arte popular negras e indigenas na Praça Primeiro de Maio, no centro da cidade.
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A Guarda de Moçambique de Timóteo se apresentou, mostrando um pouco a tradição dos reizados em louvor a Nossa Senhora do Rosário. O evento contou com a apresentação de Douglas Netto. A roda de capoeira contou com o grupo Capoeira Lenço de Seda e o coletivo Terreru, seguido de roda de samba.
Momento de celebrar, o Capoeira Cultura Viva também é uma forma de resistência. “Vivemos em um estado racista e o dia da consciência negra é significativo, por ser momento de debate e construção de uma sociedade igualitária”, afirma Victor.
Victor ressalta o sucesso do evento, com a reunião de tantas pessoas. Ele afirma que o grupo seguirá com atividades de valorização da cultura ancestral tanto mineira quanto africana. O evento deverá ser realizado anualmente.
Capoeira Lenço de Seda
A Associação de Capoeira Lenço de Seda/Centro de Estudos da Cultura Ancestral Brasileira, é uma organização cultural que desde 1977 atua com educação e estudo da cultura ancestral brasileira.
Victor conta que a capoeira, para ele, permitiu o o resgate identitário, o que lhe ofereceu uma compreensão mais ampla de sua vida como sujeito inscrito em uma sociedade multicultural e multiétnica como o Brasil, como forma de se conectar com a ancestralidade, com a história e com o próprio corpo.
“A capoeira é uma manifestação sagrada que traz amor, ancestralidade, que congrega luta, dança, nossa história e coloca tudo isso em uma roda pra gente poder manifestar e se reconhecer nesse lugar”, declara Victor.
*estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz