Estudantes brasileiras entre 15 e 17 anos poderão participar do programa de intercâmbio TechGirls, realizado nos Estados Unidos, que contribui com a formação em áreas como ciências e tecnologia. As interessadas podem se candidatar até o dia 15 de janeiro, aplicando a inscrição no site do projeto. O programa tem início previsto para julho de 2022.
O TechGirls inclui quatro semanas de intercâmbio nos Estados Unidos, com aulas e conteúdos sobre diversos elementos das áreas de tecnologia. Além disso, dependendo da situação da pandemia de COVID-19 no país, as selecionadas também vão contar com uma mentoria de cinco meses para aprofundar os conhecimentos em projetos de impacto social a partir dos aprendizados em tecnologia. Também estão programadas viagens e visitas técnicas pelo país.
Esta é a primeira vez que as brasileiras poderão participar da seleção, antes as vagas eram ofertada para países da Ásia Central e da África. Criado em 2012, o programa está passando por uma expansão na edição de 2022, incluindo o Brasil, Argentina, Bolívia, Costa Rica, Honduras e Suriname.
Atualmente, são mais de 343 meninas que participaram e se capacitaram pelo TechGirls. Nesta edição, serão selecionadas candidatas que estejam no ensino médio até o final do ano de 2022.
No Brasil, a área de ciências e tecnologias digitais costuma ser associada aos homens, que desde o momento da alfabetização são estimulados a enveredar por esse campo do conhecimento. Nesse cenário, nove em cada 10 meninas estudantes, entre 6 a 8 anos, relacionam apenas aos meninos as áreas de tecnologia e ciência, de acordo com uma pesquisa realizada pela Disney em parceria com empresas e organizações sociais, em 2018. Os dados levam em conta países como Brasil, Argentina e México.
Meninas nas ciências
Setores como o de tecnologia da informação (TI) no Brasil têm apenas 20% da participação de mulheres, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Nesses espaços, diversos projetos sociais, educativos e de capacitação também estão levando conhecimento e valorização da ciência e tecnologia para mulheres.
É o caso do portal Minas Faz Ciência, que realiza a divulgação de conteúdos, notícias, eventos e trabalhos sobre a presença de mulheres nesta área. Além disso, ideias como a realização do projeto Menina Ciência, da Universidade Federal do ABC (UFABC), estão promovendo o conhecimento científico de forma gratuita e acessível para estudantes de todo o Brasil.
Também é o caso da Universidade de Brasília (UnB), que criou o projeto de extensão Meninas na Ciência, com as propostas de romper com as barreiras do universo da ciência e tecnologia, inserindo cada vez mais mulheres neste cenário.