O projeto Percussão Circular vai inaugurar uma nova sede em Belo Horizonte em um evento nos dias 10, 11 e 12 de dezembro e abriu um financiamento coletivo para ajudar na reforma do novo imóvel. A escola é comandada pelo músico e professor Christiano de Souza Oliveira, mais conhecido como Di Souza, regente e organizador de grandes blocos que movimentam o carnaval de rua de BH, como Abre-te Sésamo, Circuladô e o icônico Então, Brilha!.
"Esse vai ser um espaço de encontro e celebração da percussão. As pessoas vão poder conhecer todas as nossas salas novas, o galpão, a nossa centena de instrumentos. Vamos ter grafitagem e uma lojinha da nossa escola", adianta Di Souza.
A Percussão Circular iniciou suas atividades em 2013, quando o carnaval de Belo Horizonte voltou a ganhar força nas ruas, como forma de incentivar a formação de novos músicos na arte do batuque e já formou mais de 5 mil alunos.
O crowdfunding, que terminará dia 15 de dezembro, será uma forma de financiar a mudança e investir em infraestrutura, com reforço das estruturas, instalação de isolamento acústico e montagem de uma nova sala de aula. "Estamos lidando com um grau de investimento financeiro e logístico que não tínhamos antes", explica Di Souza.
"Nossa escola surge junto om o carnaval e se potencializa na medida em que o carnaval cresce, mas é certo dizer também que a Percussão Circular é uma grande protagonizadora do carnaval, ela está por de trás do carnaval durante o ano inteiro", conta Di Souza.
Pela Percussão Circular já passaram diversos alunos que se tornaram regentes, batuqueiros e empreendedores, contribuindo para a formação de blocos que ajudaram o crescimento do carnaval de rua em Belo Horizonte, como Raquel Franco, que hoje integra um dos principais blocos afro de BH, O Babadan Banda de Rua, como percussionista e produtora; Gauvaney Campos, que fundou 3 blocos: Us Bethoveen, Puts Grila e Rocknejo; e Andrezza Cajá, uma das regentes do bloco Truck do Desejo, que pauta a luta pela visibilidade lLésbica e bissexual.
Pela Percussão Circular já passaram diversos alunos que se tornaram regentes, batuqueiros e empreendedores, contribuindo para a formação de blocos que ajudaram o crescimento do carnaval de rua em Belo Horizonte, como Raquel Franco, que hoje integra um dos principais blocos afro de BH, O Babadan Banda de Rua, como percussionista e produtora; Gauvaney Campos, que fundou 3 blocos: Us Bethoveen, Puts Grila e Rocknejo; e Andrezza Cajá, uma das regentes do bloco Truck do Desejo, que pauta a luta pela visibilidade lLésbica e bissexual.
Para além do carnaval, o projeto circula entre instrumentos, entre pessoas e entre temas, tendo como identidade a valorização de ritmos brasileiros, como maracatu, forró e samba. "A Percussão Circular contribui para isso no sentido de que esse repertório é exaltado aqui dentro, é um trabalho de valorização da cultura e sobretudo a cultura popular", afirma Di Souza.
Serviço
Local: Avenida Francisco Sales, número 504, bairro Floresta
Dia: 10, 11 e 12 de dezembro (sexta, sábado e domingo)
Valor: Entrada gratuita
Momento de mudança
O projeto teve que mudar de casa, mas permanece no Bairro Floresta, depois de o proprietário do antigo imóvel pediu o espaço de volta. Apesar do baque de perder o espaço, Di Souza encarou como uma possibilidade de crescer e sonhar em expandir o projeto. "Vamos resgatar o lugar que a pandemia nos tirou", afirma Di Souza. "Acho que essa casa vai jogar até pra cima, a gente vai voltar de maneira mais bonita", completa.
Para Di Souza, a expectativa é que a escola resgate o lugar que ela tem direito enquanto uma instituição que há oito anos contribui para o fazimento da cultura da cidade. "Oito anos é pouco, mas a gente fez muito trabalho, colocou muito batuque na praça, a gente tá colado nas manifestações sempre marcando presença, sempre se posicionando para a construção de uma visão progressista, que é o campo que a gente se identifica", declara o professor.
Aulas on-line na pandemia
Devido à pandemia de COVID-19, a Percussão Circular teve que se adaptar ao formato on-line, no que Di Souza chamou de uma "constante inquietância" pela impossibilidade do encontro físico, do toque, da dança, da troca de instrumento e do tocar coletivo.
Apesar disso, a escola não parou de produzir e realizou mais de 200 aulas virtuais, um curso gravado no YouTube, 50 palestras com mestres da cultura popular e 30 lives com artistas. A escola também lançou músicas, em versões audiovisuais, de compositores belo-horizontinos com arranjos de percussão, por meio do Instagram. "Foi um espaço de promoção do que é nosso, da nossa criação, da nossa vivencia, das nossas raízes", afirma Di Souza.
Com a diminuição dos casos de COVID neste segundo semestre de 2021, o projeto voltou recentemente a oferecer aulas presenciais, com todos os cuidados necessários. Voltou a dar aulas aos poucos, em uma sala sublocada no Projeto Querubim, onde Di Souza se fez artista e educador social. "Foi até simbólico, porque foi um dos projetos sociais onde eu cresci, então rolou um retorno para esse lugar de origem", declara o professor.