A pesquisadora indígena Laklãnõ Xokleng Walderes Coctá Priprá, de Santa Catarina, recebeu o Prêmio de Excelência em Mestrado 2021. O reconhecimento, concedido pela Sociedade Brasileira de Arqueologia, vem devido às contribuições com os estudos sobre seu próprio povo.
Pioneira, Walderes é a primeira mestra indígena na área de arqueologia no Brasil. O prêmio conquistado é fruto do trabalho “Lugares de acampamento e memória do povo Laklãnõ Xokleng, Santa Catarina”. Na pesquisa, apresentou os principais lugares ocupados pelos povos Laklãnõ Xokleng, no Vale do Itajaí, no interior do estado de Santa Catarina, ao longo da história do Brasil.
Um dos pontos principais destacados em sua pesquisa é sobre o resgate desses espaços territoriais para reencontrar e reconstruir as histórias dos povos que habitam. Tudo isso para valorizar a presença de anciões, sábios e lideranças desses territórios.
A pesquisadora a partir de relatos dos entrevistados reconstitui
memórias e valores dos povos em mais de 37 mil hectares analisados. O trabalho se destacou. A acadêmica recebeu aprovação total de sua banca avaliadora.
A dissertação foi defendida em julho deste ano, pelo Programa de Pós-Graduação em História (PPGH), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
No caminho até se tornar mestre em história, Walderes já havia cursado a graduação em Letras e também a Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica.
O prêmio ‘Excelência em Mestrado’, conquistado por Walderes, está em sua segunda edição. Sua principal proposta é reconhecer os melhores e mais bem realizados trabalhos na pós-graduação na área de arqueologia no Brasil.
Além da premiação em dinheiro, os selecionados recebem duas anuidades gratuitas para participarem dos eventos e atividades promovidos pela Sociedade Brasileira de Arqueologia.
*estagiário sob a supervisão de Márcia Maria Cruz