A autora e teórica negra bell hooks morreu nesta quarta-feira (15/12) em sua casa, na cidade de Berea, no estado de Kentucky, nos Estados Unidos. Parentes e amigos acompanhavam nos últimos meses a saúde de bell hooks, que tinha 69 anos de idade. O anúncio foi feito no perfil da rede social do Twitter de Ebony Motley, sobrinha de bell hooks, que comunicou a morte da escritora, destacando a "transição" precoce de sua tia.
"A família está honrada com os inúmeros prêmios, honras e fama internacional que Gloria recebeu por seu trabalho como poeta, autora, feminista, professora, crítica cultural e ativista social. Temos orgulho em chamá-la de irmã, amiga, confidente e influenciadora", diz trecho do comunicado.
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Legado para a literatura negra
bell hooks, pseudônimo de Gloria Jean Watkins, nasceu em 1952 na cidade de Hopkinsville, em Kentucky. O nome que a escritora carrega é uma homenagem realizada a sua avó, Bell Blair Hooks, com a utilização de grafia em letras minúsculas. Na educação básica, frequentou escolas segregadas por raças.
Sua carreira na universidade foi baseada nos estudos literários e linguísticos. Conquistou uma bolsa de estudos na Universidade de Stanford, na Califórnia, depois fez mestrado em inglês na Universidade de Wisconsin e doutorado em literatura na Universidade da Califórnia em Santa Cruz.
Com mais de 40 livros publicados, a autora também teve importantes obras traduzidas no Brasil. Iniciou sua trajetória como escritora em 1981, com o lançamento do livro "Ain't I a woman? Mulheres negras e feminismo". O título da obra acabou se popularizando nas críticas, teorias e pensamentos propostas pelo feminismo negro até o momento.
Na escrita, abordou temas como o feminismo negro, o racismo, desigualdades de gênero, de classe e de raça, além de também falar sobre cultura e amor em poesias e outros formatos de texto.