O colégio lamentou os fatos, manifestou solidariedade ao aluno e à sua família, mas informou que não expulsará os alunos. ''Esperamos que as autoridades competentes apurem os fatos e responsabilizem os agressores, deixando claro que, como entidade educacional cristã, que prega o amor, a solidariedade e o perdão, tal incumbência não é de nossa alçada'', aponta nota.
Devido aos ataques racistas recebidos pelo filho, o pai vai se dirigir esta tarde à Delegacia de Defesa da Criança e do Adolescente e à Delegacia de Crimes Raciais para registrar boletim de ocorrência e buscar justiça pelo ocorrido.
Nas redes sociais, muitas pessoas pedem a expulsão dos agressores. "E aí... Vão expulsar os envolvidos ou vão deixar isso pra justiça divina também?", quesitionou um deles. Outro escreveu: ''Muito conivente e conveniente em. Só espero que o meu Deus não seja o mesmo que vocês adoram.''
Conforme o Estado de Minas mostrou no último sábado (18), alguns dos colegas de sala iniciaram uma estratégia para isolar P. Eles não conversavam com o adolescente, nem o convidavam para atividades com o objetivo de deixá-lo sozinho. Como se não bastasse, depois de hostilizar o jovem até que ele saísse do grupo da rede social, os colegas fizeram diversos comentários racistas sobre ele.
Um dos estudantes mudou o nome do grupo para "Pilantrinhas (sem neguin)". Uma menina escreveu: "Que bom que o neguin não tá. Já não aguentava mais preto naquele grupo". A conversa segue e as ofensas não param por aí: "Pensei que preto era tudo pobre. Saudades de quando preto só era escravo". "Coitado do neguin. Odeio ele, mas a gente tem que ser humilde". (Com informações de Márcia Maria Cruz).
Veja a nota da escola na íntegra
"O Colégio VER, escola que tem no seu descopo pedagógico o ensino fundamental com diretriz cristã, presidido por um diretor negro e tendo seus corpos diretivo, docente e discente compostos por maioria negra e parda, vem a público manifestar o seu profundo repúdio frente aos atos de racismo sofrido por um aluno do 8º ano do ensino fundamental.
O ato de racismo sofrido pelo discente ocorreu em um grupo de aplicativo de WhatApp, sem qualquer participação ou conhecimento da instituição, onde foram proferidas palavras e expressões injuriosas em que a cor e a situação social foram vilipendiadas por outros adolescentes da mesma faixa etária.
O Colégio VER, enquanto uma instituição de ensino, sempre atuou na busca pela igualdade, pela dignidade, pela cidadania e uma educação cristã, objetivando a construção de uma sociedade justa e igualitária, alicerçando no principio do respeito e amor ao próximo, sendo este o verdadeiro proposito dos ensinamentos de jesus cristo, oportunidade esta que repudiamos veemente todo e qualquer ato ou discriminação social e étnico-racial.
Com a indignação patente, a comunidade do colégio ver manifesta sua irrestrita solidaria de ao aluno, à sua família e à toda sociedade que é ofendida com posicionamento discriminatório.
Esperamos que as autoridades competentes apurem os fatos e responsabilizem os agressores, deixando claro que, como entidade educacional cristã, que prega o amor, a solidariedade e o perdão, tal incumbência não é de nossa alçada.
Que Jesus Cristo e o Divino Espirito Santo eliminem as mentes de todos os envolvidos. Que os corações dos ofendidos sejam acelerados pelo amor do Pai e que o arrependimento sincero preencha os corações dos agressores. Que a Justiça dos homens e de deus seja derramada em plenitude, punindo e, principalmente, evangelizando os pecadores."
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.