O interesse por cabelos naturais, cacheados e crespos vem crescendo nos últimos anos em Belo Horizonte e no Brasil. Um estudo realizado pelo Google BrandLab apontou aumento em mais de 223% em pesquisas digitais sobre cabelos naturais no ano de 2017. Seguindo nesse cenário, salões e espaços de cuidados para pessoas com cabelos crespos e cacheados estão surgindo cada vez mais nas cidades do país.
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A REVOLUÇÃO DOS CACHOS
O mesmo estudo divulgado pelo Google BrandLab indicou que quase 25% das mulheres com idades entre 18 e 24 anos estão assumindo seus cachos nos últimos anos.
Acompanhando esse crescimento de pessoas que começaram a aceitar seus cabelos naturais, os salões começaram a perceber demandas específicas para os cachos e crespos, que na maioria das situações não recebiam a devida atenção e cuidado.
Foi assim que começou a história do Belezza Black. Claudio Machado, proprietário da rede Belezza Black, destaca como a ausência de lugares com tratamentos específicos foi fundamental para o surgimento e crescimento da rede, que percebeu a necessidade de contribuir com o nicho para cabelos black.
“Escolhemos este público há dez anos, quando ninguém apostava nele. Isso por acreditar que o cabelo crespo ou cacheado tem uma beleza ímpar e que precisa de cuidados de especialistas para realçar todo o seu potencial e com isso contribuir para o empoderamento das mulheres, que muitas vezes eram obrigadas a relaxar os cabelos apenas por falta de produtos e profissionais adequados a elas”, comenta Cláudio.
A aposta surgiu na cidade de Salvador, na Bahia. Os primeiros passos foram através da criação de kits de produtos que ofereciam cuidados específicos e dedicados aos cachos e os crespos. Atualmente, também são oferecidos cursos de capacitação e aperfeiçoamento para profissionais, tudo voltado dedicado aos cabelos naturais.
Com o início da pandemia de COVID-19, a forma com que as pessoas cuidavam dos cabelos também mudou. Segundo pesquisa realizada pela agência Mintel, antes da pandemia, 35% dos brasileiros optavam por produtos que alteravam a estrutura e a composição dos cabelos, como alisantes ou relaxantes.
No entanto, em 2020, 49% das pessoas afirmam ter transformado os seus hábitos e adotaram práticas mais naturais e com menos alterações químicas, dando mais vida aos seus cachos e crespos.