Um incêndio destruiu um espaço religioso no litoral sul de Pernambuco no primeiro dia do ano. Ilê Axé Ayabá Omi, também conhecido como Terreiro Salinas, é um espaço de celebração das religiões de matriz africana, afro-brasileira e afro-indígena e foi totalmente consumido pelo fogo.
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Fé inabalável
Os frequentadores do Terreiro acreditam que o incêndio tenha origem criminosa, se tratando de racismo religioso, uma vez que parte da cerca que delimita o local parece ter sido retirada, para abrir passagem aos invasores além do histórico de já terem tido seus rituais interrompidos anteriormente por três vezes.
“Não é de hoje que os terreiros das religiões de matriz africana, afro-brasileira e afro-indígena têm sido alvo constante de violências, intolerâncias e racismo religioso. Tentam impedir a realização de nossos rituais, da adoração aos nossos orixás e entidades sagradas” divulgaram na página oficial do Terreiro no Instagram.
Também na página do Instagram, Livio afirmou que apesar da destruição do Terreiro, a fé não foi destruída. “Os igbas, os taças são representatividade de tudo que acreditamos, e o que aconteceu foi uma tentativa de apagamento, de silenciamento e opressão, mas que não nos impedirá de continuar a cultuar nosso sagrado”, foi declarado na postagem.
Ações jurídicas e legais já foram iniciadas pelo terreiro. Na Segunda-feira (3/1) foi registrado boletim de ocorrência na Delegacia de São José da Coroa Grande e foi aberto um pedido de investigação ao Ministério Público de Pernambuco. O local será analisado pela perícia para apurar se o incêndio realmente foi criminoso.
*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz