Quando a americana Jenna Marisco veio morar no Brasil, em 2009, não esperava encontrar tanto preconceito contra a população LGBTQIA. Vendo tamanha discriminação, ela resolveu fazer algo para mudar o cenário e por meio de uma parceria com a Aliança Nacional LGBTI, importante organização com atuação em todo o território nacional. Assim surgiu o projeto “We are Jane”, que ensina inglês gratuitamente à população trans.
“Fiz inscrição e não esperava muito ser chamada, por ser uma pessoa trans/travesti, a gente tá acostumada a receber tanto ‘não’ na cara, que gente já espera o ‘não’. O ‘sim’ vai ser a diferença. Receber um ‘não’ vai ser só mais um ‘não’ entre tantos outros que a gente recebe”, conta
“Ações como essa na comunidade tentam resgatar a pessoa e dar uma outra visão de vida para ela, novas possibilidades, aceitação. Oportunidade para ser inserida em um curso que dificilmente teria acesso, ou mesmo quando a pessoa trans tem dinheiro para pagar, ela não vai ter aceitação em uma escola tradicional, é muito importante”, afirma Helena.
Nós somos Jane
Dificuldades da população trans
Helena aponta que falta mais iniciativas governamentais que garantam os direitos básicos da população trans, para que seja, realmente, inserida na sociedade. Uma vez que também pagam impostos como qualquer outro cidadão, ela quer ver o retorno desse imposto pago em políticas publicas efetivas.
“Quando você me pergunta qual que é a importância, é toda. Para uma comunidade que não tem nada, que perde casa, parte, família, estudo, perde tudo, até os órgãos (governamentais) e as leis não te favorecem, quando você tem um mínimo, qualquer ação se torna muito”, afirma Helena.