Uma conversa de Natália Deodato à mesa com brothers e sisters no primeiro dia do BBB 22 trouxe a questão racial para o debate. De Belo Horizonte, a siter de 22 anos, que é modelo e designer de unhas, afirmou que os negros foram trazidos, ao Brasil, para serem escravos por serem "eficientes". A fala não foi bem recebida.
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Reação nas redes sociais
O comentário de Natália foi parar nas redes sociais, nas quais recebeu críticas por, de certa forma, romantizar um sistema de tortura e opressão da escravidão no Brasil, que perdurou por 300 anos. O advogado e professor de direito da Fundação Getúlio Vargas Thiago Amparo considerou a fala da belo-horizontina Natália no BBB equivocada. "Bem, Natália, está bem errada. Isto é um desserviço, para dizer o mínimo", escreveu.
"Não é pela 'eficiência'"
O advogado destacou o problema por trás do raciocínio da performance do negro. "Não é pela 'eficiência'. É por escravos terem sido considerados menos do que humanos e por escravos terem sido o pilar de um sistema econômico, baseado em sua mão de obra explorada", completou Amparo.
Vale lembrar que o Brasil foi o último país a abolir a escravidão, o que acarretou em inúmeros problemas para a população negra. Mesmo depois da abolição, os negros não tiveram acesso a vários direitos, o que movimenta até hoje uma luta antirracista para que haja igualdade de oportunidades, por exemplo, no acesso à educação e ao mercado de trabalho.
Na 22ª edição, o BBB escalou oito participantes negros: Natália, Maria, Luciano, Vyni, Paulo André, Douglas Silva, Linn da Quebrada e Jessilane. Certamente, temas relacionados à questão racial devem aparecer ao longo do programa.