O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a diversidade na política durante entrevista coletiva na quarta-feira (19/01), transmitida no perfil das redes sociais. Embora não tenha confirmado a candidatura à presidência da república, o petista deverá enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que tenta a reeleição, e as questões referentes à diversidade devem marcar a polaização entre eles.
Em tom de defesa da democracia, "respeitando a totalidade da sociedade brasileira", Lula falou que a participação de grupos minoritários é parte da agenda política que apresentará durante a campanha.
O ex-presidente disse que fará campanha com participação paritária e, em alguns casos, até majoritária de grupos sub-representados na política brasileira. Ainda afirmou que pretende montar comitês, grupos, conferências nacionais e remontar o conselho de desenvolvimento econômico mais paritários e representativos.
Lula apontou que, nos mandatos que exerceu (2003-2011), abriu espaço no governo para a diversidade. “Não pense que foi simples instituir o Ministério da Igualdade Racial. Não foi uma coisa simples em um país que foi o último a abolir a escravidão, o último a ter independência, o último a garantir o direito de voto das mulheres, o último a ter uma universidade.”
Lula pontuou o isolamento político do Brasil no cenário mundial, criticou o posicionamento do atual presidente frente à pandemia de COVID-19 e apontou a necessidade de recuperar a democracia para que se possa colocar a desigualdade como prioridade no governo, ressaltando a dívida social histórica do nosso país.
Lula afirmou ainda que é preciso reestruturar o Brasil e que, em caso de vencer a eleição, o governo será voltado para o povo.
“É preciso que a gente discuta o papel do Estado no cumprimento de suas funções sociais com a sociedade brasileira. Essa, na minha opinião, é a grande solução para acabar com a violência tal como nos conhecemos hoje”, declarou.
*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz