A versão de 2021 do Atlas da Violência, que incluiu pela primeira vez uma seção dedicada às pessoas com deficiência, foi divulgado no mesmo dia da conquista da centésima medalha de ouro do Brasil em Paralimpíadas. Os dados obtidos pelo atlas revelam que 21 pessoas desse grupo são violentadas por dia no Brasil, ou seja, quase uma vítima por hora.
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Para além da violência, os desafios cotidianos das pessoas com deficiência no Brasil fazem com que esse grupo ainda seja segregado e visto sob uma ótica capacitista. Em 2021 foi revelado que o Brasil possui cerca de 16,89 milhões de sites ativos, número que cresce a cada ano, e menos de 1% dos sites são realmente acessíveis para pessoas com deficiência.
Mesmo que um quarto da população brasileira possuir algum tipo de deficiência, a pesquisa conduzida pela BigDataCorp e o Movimento Web Para Todos, mostrou que o Brasil ainda tem um longo caminho para percorrer para atender esse público consumidor de forma satisfatória e inclui-los no mercado de trabalho.
Iniciativas que inspiram
Apesar dos dados impactantes, há iniciativas e avanços que buscam um mundo mais inclusivo e, consequentemente, mais igualitário.
Para impedir a fraude das empresas no sistema de Cotas, o Ministério do Trabalho estabeleceu novos parâmetros de fiscalização através da Instrução Normativa nº2/2021. Desde o dia 10 de dezembro, as pessoas com deficiência contratadas de forma intermitente não entraram mais no sistema de cotas, dessa forma pessoas desse grupo terão mais chances de serem contratadas efetivamente, gerando inclusão.
Em dezembro também foi o dia que Roberta Amancio de Souza se tornou a primeira pessoa a receber a Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (Ciptea) em Minas Gerais. Uma importante ferramenta para a inclusão social, a Ciptea garante que as pessoas do espectro tenham suas especificidades atendidas nos ambientes públicos e privados.
Em 2021 Ipatinga inaugurou o primeiro parque inclusivo de Minas Gerais, visando promover a inclusão das crianças com necessidades especiais nas brincadeiras no parquinho, o que antes não era possível devido à falta de acessibilidade.
Também esse ano, alunos do curso de engenharia e jogos digitais da Universidade Veiga de Almeida (UVA) desenvolveram jogos para pessoas com Transtorno do Espectro Autista. Além de ajudar na interação dos autistas com o mundo, os jogos também auxiliam a população a compreender melhor as necessidades desse grupo e ajudar nas situações do dia a dia.
*Estagiária sob a supervisão de Márcia Maria Cruz