Jornal Estado de Minas

JUSTIÇA PARA MOISE MUGENIY

Lideranças negras pedem punição para assassinos de congolês

 

Atletas, políticos, intelectuais e pessoas comuns iniciaram uma campanha nas redes sociais pedindo por Justiça pela morte do congolês Moise Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, com a hashtag #JustiçaporMoise. O jovem migrante foi brutalmente assassinado depois de cobrar pagamento pelo trabalho prestado no Quiosque Tropical na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, na última segunda-feira (24/1). A barbárie cometida contra o jovem, que não teve como se defender, foi registrada por câmeras de segurança, mas nenhum dos cinco agressores, que participaram do espancamento, foi preso até o momento.





 

 

 

O jovem foi espancando por cerca de 15 minutos com pedaços de pau. No Twitter, o lutador Mateus Santana, idealizador do Bienal da Quebrada, cobrou Justiça por Moise. ""Precisa chegar um momento em que isso vai ser totalmente inaceitável, intolerável e que caso alguém ouse fazer a resposta seja de imediato", escreveu.

 

 

 

O jornalista Raife Sales, da organização não-governamental Voz das Comunidades, também puxou a hashtag pedindo Justiça por Moise. "Imagina você deixar o seu país de origem em busca de uma vida melhor e ser brutalmente assassinado ao cobrar um salário atrasado." 

 

 

 

A  Anistia Internacional apontou que o crime bárbaro, motivado por racismo e xenofia, não pode ficar impune.  "Moise Kabamgale e sua família deixaram o Congo na esperança de viver uma vida digna e com mais oportunidades no Brasil. Sonho que foi covardemente interrompido pelo racismo e pela xenofobia. Seu assassinato não pode ficar impune!"Outras organizações também se posicionaram por Justiça. 

 

 

 

A deputada estadual Leinha (PT) classificou o episódio como "inaceitável, revoltante e brutal."





 

 

O caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga. A  comunidade congolesa no Rio de Janeiro, em nota, afirmou que o assassinato foi cometido por  cinco pessoas, incluindo o gerente do quiosque, com pedaços de pau e um taco de baseball. Moise morreu no local. "Esse ato brutal, que não somente manifesta o racismo estrutural da sociedade Brasileiro, mas claramente demonstra a xenofobia dentro das suas formas, contra os estrangeiros, nós da comunidade congolesa não vamos nos calar", diz nota da comunidade congolesa.

Ouça e acompanhe as edições do podcast DiversEM